29.2.12

Somos verdadeiros amigos de Deus?

 Texto: João 15.14 "Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando."

Estas palavras de Jesus são muito fortes se pararmos para analizá-las profundamente. Ser amigo de Deus... Quem não deseja ser considerado por Deus como um amigo? Mas não é algo tão fácil assim. Muitos de nós podemos até pensar que temos sido amigos dele, quando na verdade o nosso comportamento tem negado algo que pensávamos ser verdade.
 Já falei aqui, na postagem "Deus aceita a qualquer culto?", que Deus rejeita a mera religiosidade. O mero ajuntamento solene desvinculado da obediência não redunda em glória para Deus, pelo contrário; o aborrece.
Algo que me incomoda é a minha falta de atitude e  falta de atitude em grande parte do povo denominado como "Povo de Deus". Se fizermos um levantamento de todas as frases no imperativo que Jesus proferiu, deixando como uma ordem, não como um mero convite; veremos então, o quanto estamos aquém daquilo que devemos ser. Logo, reconheço que minha postura em relação a estas ordens, são vergonhosas para alguém que julga e ousa afirmar que é amiga de Deus.
E a ordem que é mais gritante aos meus ouvidos neste momento é: "Ide, portanto, fazei dicípulos de todas as nações;[...] ensinando-as a guardar tudo quanto vos tenho ensinado." (Mt 28.20).

De que adianta eu dizer que sou amiga de Deus se permaneço no conforto do banco da minha igreja, do sofá da minha sala, enquanto tantos necessitam ouvir a pregação do Evangelho, por meio da qual, Deus escolheu chamar os seus escolhidos, mediante a ação do Espírito santo em suas vidas? O que eu estou fazendo aqui na minha zona de conforto?
O conhecimento teológico é importante? É, e muito. Mas o colocar em prática este conhecimento é algo fundamental para que vivamos como verdadeiros discípulos e amigos de Deus. Sempre falo aqui e no meu outro Blog Compaixão pelas almas que a Teologia não pode ser separada da Missão; pelo contrário, a Teologia deve redundar em pronta disposição à ação! Não adianta lermos e relermos a Bíblia, nos vangloriarmos no fato de já ter conseguido lê-la tantas vezes, se de fato ela ainda não se tornou nossa própria vida, a tal ponto que não suportemos lê-la, sem que tenhamos uma atitude positiva diante do confronto a nós proposto por Ela.

Hoje, na última palestra de abertura das aulas do Seminário assistindo a ação evangelística de grupos que tomaram uma atitude, olhei pra mim e cheguei à seguinte conclusão: É chegado o tempo de tomar atitude! Então faço uma singela oração ao meu Deus, que gostaria que você orasse juntamente comigo agora:

"Senhor, não peço que tenhas misericórdia de mim por minha negligência, pelo meu comodismo; mas peço que me perdoes a omissão e que me levantes com poder e ousadia do teu Espírito Santo, a ponto de não olhar os obstáculos que surgirem, mas olhar fixamente para Ti. Tira-me da zona de conforto, porque somos tendenciosos a fugir da dor e do sofrimento, do sol quente, de um chão frio, de ladeiras, de situações que talvez representem perigo à nossa vida, etc. Faz-me dizer e viver o que disse e viveu o Apóstolo Paulo em At 20.24: "...Em nada tenho a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o Evangelho da graça de Deus."  Não quero pensar que sou teu amigo, quero, de fato, ser teu amigo, como o foi Enoque, que andou contigo, que te agradou, que andou segundo a tua vontade. Em nome de Jesus, Amém!


Que, de fato, venhamos, eu e você, refletirmos sobre a nossa vida e prática. Somos o que dizemos que somos? Penso que estamos aquém disso; mas creio que podemos ser restaurados à obediência pelo poder que há no Nome do Senhor Jesus, por meio do agir do Espírito Santo, e então, poderemos considerar a nós mesmos como amigos do Senhor. A Ele toda a glória para sempre. Amém!

25.12.11

O Natal sem alegorias- A Bíblia pela Bíblia

"Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.

Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.

E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;

E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.

Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz;

Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco.

E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher;

E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus." (Mateus 1.18-25)


"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.

Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.

Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.

Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz.

Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.

Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.

Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;

Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

João testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.

E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça.

Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.

Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou." (João 1.1-18)


Mais algumas verdades:

"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,

Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),

E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;

Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.

Não vem das obras, para que ninguém se glorie;

Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas." (Efésios 2. 4-10)

Em suma:

Jesus é o Natal!
Não o é Santa Claus /Papai Noel nem São Nicolau; mas somente Jesus!

O Diabo inspira pessoas para espalharem cada vez mais essa estória de Santa Claus, por meio da qual, tenta de toda a forma usurpar a glória de Deus e roubar a verdade dos seus ouvidos! E é também por meio dessa mesma estória que a visão de muitos está desviada meramente ao consumismo compulsivo dessa época, até mesmo a visão de muitos cristãos.

A glória e a beleza do Natal é esta: Que Deus decidiu revelar-se ao homem pecador, quando o Seu próprio Filho deixou a sua glória, humilhando-se à forma humana, uma forma caída, corrompida, mas, por tanto nos amar, Ele se esvaziou e foi obediente até a morte de cruz em lugar dos que creriam nEle. Que Jesus seja, portanto, conclamado, adorado, obedecido, buscado, pregado, amado, reverenciado, enfim; que receba toda a glória devida ao Seu Nome. E que o Seu Nome seja conhecido onde ainda não existe Natal, o Verdadeiro Natal!


24.12.11

Jesus- para muitos apenas o "Pobrezinho que nasceu em Belém"...



Em primeiro lugar, gostaria que você lesse o que diz o Augustus Nicodemos em seu Blog:







Saiu uma pesquisa no site da revista Forbes
que mostra que Jesus Cristo está em quinto lugar no ranking dos nomes
mais admirados pelos brasileiros. Na frente de Jesus estão Angelina
Jolie, Lula, Silvio Santos e Bill Gates.

Acho que a pesquisa simplesmente revela o que já sabíamos. Ela mostra
que apesar da grande maioria dos brasileiros declararem que acreditam
em Deus, poucos realmente têm a fé correta. Mais de 90% dos brasileiros
têm fé, mas em que e em quem? Somente a fé em Jesus Cristo como Senhor e
Salvador único pode realmente salvar. A pesquisa mostra um quadro mais
realista da situação religiosa brasileira do que as pesquisas que
indicam um grande número de pessoas que acreditam em Deus.

Acho também que a pesquisa
mostra que grande parte dos que se declaram católicos ou evangélicos não
freqüentam as igrejas ou não praticam sua religião. É preciso apenas
esclarecer que a proporção de desigrejados e não praticantes é
provavelmente muito maior entre os católicos do que entre os
evangélicos. Apesar de menor do que se pensa, todavia há crescimento
sensível no Brasil dos que professam fé verdadeira na pessoa de Jesus
Cristo, conforme o encontramos nas Escrituras.


Outro dado interessante da pesquisa é que a maioria das pessoas
entrevistadas dizem não acreditar que alguém precisa ser rico para ser
feliz. Todavia, as pessoas que elas mais admiram, de acordo com a lista,
são pessoas ricas ou milionárias, além de bem sucedidas.

Augustus Nicodemus em seu Blog 

O que tenho a acrescentar sobre o assunto com respeito ao fato de as pessoas pensarem em JESUS em quinto lugar, segundo essa pesquisa:

Muitos, nesta época de final de ano, estão tão ocupados com seus perus, com seus banquetes, em renovar a mobília da casa para o "Natal", que mal têm tempo para pensar no próximo verdadeiramente, o que deveria ser feito todos os dias, assim como o pensar em Jesus. João, o Apóstolo do Amor, como é chamado, diz: "Se você não ama o seu irmão, a quem vê, como pode amar a Deus , a quem não vê?" (I Jo 4.20) Pensar ou lembrar de Jesus, então, para muitos, é algo muito vago, que ocorre apenas em datas marcadas, como as demais Datas Comemorativas adotadas pelo País. Elas não têm tempo para pensar em Jesus, para lembrar dEle; pois, afinal de contas, ele não está no Rol dos famosos mais ricos e destacados nos diversos âmbitos desta sociedade materialista e ambiciosa. 

Lembrar de Jesus é algo que deveria estar enraizado, pelo menos no coração daqueles que se denominam "cristãos"sempre, e de forma genuína. Mas, infelizmente, até muitos dos que se autodenominam cristãos têm vivido de forma como se Ele não existisse em primeiro plano em suas vidas. 
As datas comemorativas no secularismo vão e vêm, e para alguns esta é a data de "lembrar-se de Jesus, o pobrezinho que nasceu em Belém...", e nada mais. Porém, O verdadeiro Cristo está bem longe de muitos corações, embora próximo em seus lábios. O meu Senhor Jesus Cristo não é meramente um menininho pobrezinho que nasceu em Belém, mas é O Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, a quem O Pai deu Um Nome que está acima de todo Nome, para que ao Nome de JESUS se cobre todo o joelho, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai! 

As pessoas ainda não perceberam o X da questão; Jesus nasceu pobrezinho em Belém, justamente para confundir aqueles que se acham alguma coisa neste mundo, ou que pensam que para ser  importante de verdade tem que ter dinheiro, poder, influência, "Q.I. - que indica", etc., implantar um reino não humano, cheio de pompas, destaque, ovações, mas para implantar o Seu Reino no coração do homem, um reino eterno, acima de todos os reinos, principados e potestades deste mundo passageiro.
Aquele menino pobrezinho que nasceu em Belém, não pede que venhamos nos compadecer dEle, mas nós, sim, devemos clamar para que Ele tenha misericórdia de nós e venha morar em nossos corações para sempre.

Como alguém já disse, se visitarmos o túmulo de cada homem que se destacou neste mundo por ser um bom político, por ter fama, poder e riquezas, leremos em sua lápide: "Aqui jazem os restos mortais de ".........." (Ex.: Maomé, Tancredo Neves, Fred Mercury, Elvis Presley, etc.) porém, quando visitamos o local onde Jesus foi sepultado, veremos que ali está escrito: "Ele não está mais aqui, pois ressuscitou." Aleluia! Aleluia! O meu Jesus ressuscitou! E por isso pode hoje ouvir o nosso clamor por misericórdia! E por isso aguardamos ansiosamente a sua Volta! Ele mesmo falou a Tomé: "Tomé, porque me viste creste. Bem-aventurados são aqueles que não viram e creram." (Jo 20.29). 
O imporatante na verdade é que, independente de crermos ou não, de lembrar-nos dEle ou não, o fato é que Ele vive e reina eternamente, Ele não precisa do reconhecimento humano para existir ou para ter valor, Ele É suficiente em Si mesmo. Ele se revelou ao homem caído por pura Graça e misericórdia, Ele quis manifestar a sua glória. Nós é que precisamos dEle! Pensemos nesta verdade!

2.12.11

Coletânea de Ditados Populares- um presente para você

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Se você é professor em escola secular ou mesmo na EBD da sua igreja, ou realiza estudos bíblicos, prega a Palavra de Deus, prepara jogos e atividades para trabalhar em sala de aula; então esta Coletânea com 740 Ditados e Provérbios populares é exatamete o que você está precisando; ela poderá ser muito útil para o desenvolvimento do seu trabalho.
Este material com certeza irá enriquecer as suas aulas e/ou discursos ou sermões e ilustrará e corroborará para que as suas afirmativas sejam bem compreendidas pelos seus ouvintes.


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26.11.11

O pensamento relativista e a desordem no mundo


Estava usando um site e me deparei com uma imagem que trazia este pensamento acima. Não resisti. Decidi compartilhar e comentar com todos vocês. Criei também uma nova imagem em protesto.

Afinal, quem é que dita o que é certo ou errado pra você? 

Talvez você me responda: “Não existe o correto, o absoluto, tudo é relativo.” Muito simples, mas pouco convincente esta resposta.
Outra pergunta para refletirmos: 

Onde fica Deus em meio a esta ditadura do “Tudo pode”, “Tudo é normal”, “Temos que experimentar de tudo para, então, decidirmos o que queremos ser- se queremos ser homem, ou se queremos ser mulher, se queremos usar isso, ou aquilo”? “Vamos ensinar e despertar as crianças desde o ensino fundamental a decidirem o que é melhor para elas sexualmente”, "Eu escolho que ser igual ao chefe do tráfico quando crescer é o correto, é o que me fará feliz, não importa o que os outros dizem, etc. 
Deus não terá ninguém por inocente diante dele. De tudo aquilo que fizermos aqui, quer seja bom ou ruim, prestaremos conta diante do Grande Juíz no Dia Final (Eclesiastes 12.14; Hebreus 4.13; II aos Coríntios 5.10; Mateus 25.31-34, 41; Jo 3.18-19).

Este pensamento em questão é muito relativista, próprio da pós-modernidade e dos que vêm sendo influenciados por ela. Devemos ter cuidado ao achar que quem diz o que é certo ou errado somos nós mesmos, pois, dessa forma, corremos o risco de estarmos ferindo aquilo que Deus quer de nós e o que Ele planejou para o homem ao criá-lo.
Muitos têm feito isso e, em consequência, estamos vendo um mundo onde tudo está de pernas para o ar, onde as pessoas estão totalmente desorientadas, sendo senhoras de si mesmas, porém, sem perceber para onde irão por causa das suas decisões e de suas atitudes baseadas no pensamento relativista, salvo, se derem meia volta e seguirem Àquele que é O Absoluto, O Caminho, A Verdade e A Vida- Jesus Cristo- a única forma de chegarmos até Deus.

Jesus afirma: "Eu sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (Jo 14.6). Existe O Absoluto, e é Deus e a Sua Palavra!

Certamente, a maioria das pessoas, se pudesse, baniria do mundo e das mentes o Nome “Deus”, o Livro “Bíblia”, e tudo aquilo que está relacionado a Eles. Por quê? Simplesmente porque ainda é Deus (representado aqui pela sua Igreja), e ainda e a Bíblia (pregada aqui pela sua Igreja) que mostra a esta humanidade a podridão em que a mesma afunda cada dia mais, por insistir em caminhar para cada vez mais longe de Deus. É por isso que Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo e o sal da terra [...] brilhem de tal maneira que todos possam ver as vossas obras e glorifiquem ao vosso Pai que está no Céu.” (Mateus 5.14-16) 
E é também por isso que a Igreja do Senhor não pode calar a boca em meio a este mundo tão necessitado do Salvador. Ele vive em uma situação deplorável, nos sentimos mal ao observarmos isso, porém, o que nós cristãos estamos fazendo para abrir-lhe os olhos?

Deus criou o homem para a sua glória, para que este homem, o conheça, o glorifique e o goze eternamente. Mas as pessoas estão desprezando a Deus e a tudo o que lhe diz respeito, infelizmente.

12.10.11

29.8.11

Jesus o bom Pastor - João 10. 1-18 - Comentário

Hermenêutica

Jo.10.1-18
Jesus, O bom Pastor

O Evangelho do qual falaremos foi escrito por João- “O Discípulo a quem Jesus amava”, a sua ênfase está em revelar a Jesus como o Messias esperado, por meio dos seus milagres, os quais Jesus realizava com a autoridade de Filho de Deus, o qual deixa claro que realiza as obras do Pai. Neste trecho do Evangelho, Jesus se utiliza de linguagem simples e lança mão de coisas do cotidiano do seu povo naquela época, onde havia muitos pastores e rebanhos, este era um dos ofícios mais comuns que havia ali. Naquela época já existiam aqueles que distorciam a Lei e Os Profetas para o seu próprio bel-prazer, de forma que colocavam um jugo sobre os ombros do povo eu nem mesmo eles podiam levar. O Mestre utiliza este paralelo entre o pastor e o ladrão, tanto para abrir os olhos dos que eram enganados, quanto para repreender aqueles falsos pastores/líderes que os subjugavam, tendo em vista que falava entre os judeus, inclusive entre os fariseus, os quais o estavam inquirindo acerca de si mesmos (cap. 9.40-41).
Ele diz que “aquele que não entra pela porta é ladrão e salteador”, ou seja, não é digno de confiança, é invasor (v.1). Isto significa que existe o pastor e o que se faz passar por pastor, e que devemos estar atentos a cada detalhe, buscando reconhecer quem é o Pastor genuíno. “O que entra pela porta é pastor das ovelhas”, ou seja, este sim é digno de confiança, pois “as ovelhas o reconhecem como tal” (v.2). Neste versículo podemos fazer uma correlação com a eleição, pois aqueles que são de Cristo, os que foram eleitos nele antes da fundação do mundo, ouvirão a pregação da Palavra e virão até Ele, pois são suas, estão unidas a Ele e o reconhecem, no tempo determinado por Deus na historia. “Para este o porteiro abre” (v.3), há livre acesso para ele ali, pois é esperado. “As ovelhas o reconhecem, e seguem após ele”. Ele guia aquelas ovelhas que são verdadeiramente suas, e é isto que demonstra a identificação das ovelhas com o pastor, até mesmo a sua voz é inconfundível para elas (Jo 5.25; Jo 6.37-40), não é fácil enganá-las. “Ele as leva para fora”, não para roubar-lhes dali, mas para levá-las a boas pastagens, cuidando para que não comam algo que não presta (o cuidado de Deus para com as suas ovelhas também é profetizado pelo Profeta Ezequiel em EZ 34). É interessante observarmos aqui o cuidado do nosso Pastor para conosco, quando, por meio da sua Palavra, nos instrui para que reconheçamos aquilo que podemos ou não “comer” dentre tantas coisas que ouvimos em nosso contexto atual, só não consegue distinguir entre o bom pasto e os abrolhos aquele que faz como os cristãos de Beréia, os quais ouviam a pregação e observavam as Escrituras comparando, provando o que ouviam. O nosso Pastor nos dá esta capacidade, entretanto devemos estar sempre bem alimentados dos seus “bons pastos” (v.3). Além de tirá-las para fora do aprisco, o verdadeiro pastor não as deixa à toa, mas “vai adiante delas”, guiando e cuidando, pois as mesmas reconhecem a sua voz e sabem que ele lhes fará somente o bem. Aqueles que seguem a Cristo jamais estarão sozinhos ou desamparados em meio a grandes perigos, pois o Pastor está com eles (v. 4). “As ovelhas deste pastor jamais seguirão o estranho; antes, fugirão dele” (v.5). Como já mencionamos as ovelhas que reconhecem o seu dono, jamais darão crédito a estranhos. Aqueles que verdadeiramente pertencem a Cristo automaticamente rejeitam o que não vem dele e fogem de tudo aquilo que, mesmo se chamando “evangelho” não passa de anátema (II Jo 7-11; Rm 16.17; I Co 1.6-9). Até este versículo do trecho, Jesus lhes fala por meio de uma ilustração, porém eles não compreendem (v.6). “Em verdade vos digo: Eu Sou a porta das ovelhas” (v.7)- Jesus afirma que É a porta das ovelhas. Provavelmente outros já haviam tentado se destacar como mestre, exemplo e guia para aquele povo, o qual, segundo o Profeta Isaías, andava em trevas e habitava na região da sombra da morte e tinha, portanto, necessidade de um pastor, de um guia, de um redentor (Is 9.2). Ele afirma que é o Pastor que havia sido prometido (Is 49.9-10). “Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores” (v.8). Jesus aqui reivindica para si a autoridade e credibilidade do próprio Messias diante dos falsos mestres existentes naquela época. “Aquele que entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.” (v.9)- Jesus fala claramente que Ele É a única porta para a salvação (como o reafirma em Jo 14.6), provavelmente foi baseado nesta declaração do Senhor Jesus que Lucas escreve: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (At 4.12). “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (v.10)- Jesus declara que, enquanto “o ladrão” (que podemos interpretar aqui como o próprio Diabo) tem como objetivo roubar, matar e destruir não apenas na vida física, terrena, mas para sempre; assim, Ele, o Messias, tem como objetivo, salvar da condenação eterna e fazer com que as “suas ovelhas” (seus eleitos) tenham desde já uma vida em abundância, ou seja, uma vida com propósito, a qual já passa a ser experimentada aqui numa atitude de louvor e glorificação a Deus e se concretizará na sua plenitude quando estivermos com Ele, gozando-o para sempre. “Eu sou o bom pastor, o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (v. 11)- Jesus se lembra da atitude do pastor de ovelhas, o qual está disposto a tudo para defender o rebanho, como vemos o exemplo de Davi, que enfrentou um leão e um urso (I Sm 17. 34-36 a), e em seguida Ele mesmo se coloca como este Bom Pastor, o qual entrega a sua vida pelas “suas” ovelhas. E aí mais uma vez percebemos que Jesus afirma ter as suas ovelhas no meio de toda a humanidade, pelas quais derramou a sua vida, tornando-se o nosso Redentor. “O mercenário que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e as dispersa. O mercenário foge porque é mercenário, e não tem cuidado com as ovelhas” (v. 12,13)- Jesus afirma que o falso pastor é descuidado, finge cuidar das ovelhas, no entanto, as abandona e as deixa perecer. Assim são os falsos mestres, que não cuidam, não oferecendo às ovelhas pastos saudáveis, as enreda no engano, e quando estas se encontram em perigo, ele as ignora. O próprio inimigo de nossas almas também age desta forma; engana, ilude e não se importa se vão perecer juntamente com ele, simplesmente que cumprir o seu intento: afastá-las da possibilidade de encontrar a Verdadeira Porta, o Verdadeiro Pastor. “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.” (v.14,15)- Percebemos claramente aqui que mais uma vez Jesus enfatiza que tem suas ovelhas (Jo 6.39) e Ele ainda irá reforçar esta verdade mais adiante (v.27-29; 17. 9-10). E, além disso, ainda reivindica para si a autoridade de Filho de Deus, o que revoltava os judeus ainda mais (v. 33). “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.” (v. 16)- Jesus agora fala de coisas que jamais os judeus imaginariam: As suas ovelhas não eram apenas dentre o povo judeu, mas também gentios, de toda tribo, língua, povo e nação (Rm 9.24-27; Gl 3.14; Ap 5.9). Se nos reportarmos a Isaías 40.11, vamos ver ali a promessa de que viria o Sumo Pastor, o qual arrebanharia o rebanho de Deus. Jesus, portanto, se declara sendo este Pastor. “Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida para reassumi-la. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la. Este mandato recebi do meu Pai.” (v.17,18)- O Senhor Jesus fala sobre a sua morte e ressurreição e mais uma vez reivindica a sua autoridade de Filho e a sua autoridade sobre a própria morte, concedida por Deus, o qual segundo Ele era o seu Pai. Por isso os judeus se revoltaram e começaram a dizer que ele poderia estar endemoninhado ou que poderia estar louco, o que podemos verificar nos versículos seguintes. Jesus era o Filho de Deus e falava com autoridade como tal (Jo 1.4; 2.18-22; 11.25 a; 14.7-11; 17.18 a; Mt. 28.18 b; Mc 1.22) Ele tem a vida em si mesmo, a entregou voluntariamente, e a tomou de volta no ato da ressurreição (I Jo 3.16 a; Ef 2.1,5; Mc 14.22; Hb 9.14; 10.12; At 2.23-36) e é isso que Jesus afirma diante dos judeus, bem antes que viesse acontecer (Jo 20.1 a At 1.11).
Ana Chagas