Mostrando postagens com marcador comentário bíblico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador comentário bíblico. Mostrar todas as postagens

8.4.14

TETELESTAI- ESTÁ CONSUMADO! ESTÁ PAGO! (João 19.30 e Efésios 1.3-7)

Por Ana Chagas



Hoje iremos refletir  um pouco acerca do texto da carta de Paulo aos Efésios1. 3-7, trazendo também à memória o significado da palavra dita por Jesus em seus últimos segundos de vida na cruz: "Tetelestai!", ou seja, "Está consumado" (João 19.30). Uma palavra curta, porém, impregnada de um profundo significado para a vida dos eleitos de Deus!

João 19.30: "E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito."

Efésios 1.3-7:  "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,"

VERSÍCULO 3- OS ELEITOS DE DEUS já foram abençoados com bênçãos espirituais nos lugares celestiais, por meio de Cristo, desde a eternidade;

VERSÍCULO 4- Foram ELEITOS nEle antes mesmo que o mundo existisse (oh, glória!), com o propósito de serem irrepreensíveis diante dEle em amor para o louvor de Sua glória! Ou seja, não foram salvos para seu próprio bem-estar apenas, mas, primeiramente para serem filhos que dão prazer ao Seu Pai por viverem uma vida de obediência e amor a Ele e a consequência deste amor e obediência a Ele, é gerado neles o amor e a compaixão pelo próximo, o que os leva a cumprir a sua missão no mundo como Igreja do Senhor; que vive a Palavra e a dissemina pela face da terra, até seus confins;

VERSÍCULO 5- ELES FORAM PREDESTINADOS para serem irmãos de Jesus Cristo por adoção; agora não são mais seus inimigos por causa da queda desde Adão, mas FILHOS amados dEle, a quem podem chamar de PAIZINHO QUERIDO pois o Espírito Santo que agora habita em seus eleitos, os assegura da vida eterna e os conduz a uma vida de Paz, sabendo que não são mais escravos do pecado, mas livres em Cristo Jesus, propriedade exclusiva de Deus, das mãos de quem ninguém os poderá arrebatar! (Glória a Deus!). E o que Deus fez por eles, o fez pela Sua vontade perfeita, e não por méritos deles. Pois, se dependesse dos méritos deles, jamais se achegariam novamente a Deus; pois o pecado (cometido em Adão) fez um grande abismo entre eles e Deus. E a única solução seria um que pagasse pela dívida de todos eles. Mas não poderia ser alguém dentre eles, porque todos pecaram. Mas Deus sendo rico em misericórdia, enviou seu próprio Filho, O qual a si mesmo se entregou, deixando a sua glória, humilhando-se encarnando, nascendo de mulher, mas por obra do Espírito Santo, e sendo como um deles, sendo tentado como todos eles, porém, sem jamais ter caído em pecado algum. E somente por isso, Ele era exatamente O ÚNICO QUE PODERIA NOS SUBSTITUIR DIANTE DO DEUS SANTO E JUSTO. Como João Batista disse: "Este é O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO". Sim! Ele é este cordeiro, aceito pelo Pai como sacrifício puro e perfeito, e acima de tudo, o sacrifício definitivo, não restando mais nada a ser pago.

VERSÍCULOS 6 E 7- JESUS pegou o escrito de dívida que constava contra nós diante do pai e o encravou lá naquela rude cruz; ou seja, Ele o pagou; tornando os eleitos agora aceitáveis aos olhos do Pai. Quando O cordeiro, Jesus Cristo, antes de morrer, afirmou: "Tetelestai!" ou seja "Está consumado!", Ele estava exatamente afirmando isto: "O preço foi pago!" (Aleleuia!). No mesmo instante, lá no Templo, o véu que separava o LUGAR SANTO do SANTO DOS SANTOS, se rasgou de alto abaixo, simbolizando que agora, após o sacrifício de Cristo, já não há necessidade de sacrifícios rituais de animais como era realizado pelo povo de Israel, mas agora, não apenas o povo de Israel, mas também pessoas de todas as nações poderiam render-se a Cristo e serem limpos e ter sua comunhão restaurada com Deus pelo Seu precioso sangue! Agora, em Cristo, os eleitos são agradáveis aos olhos de Deus; pois, antes de olhar para aqueles que antes estavam perdidos, miseráveis pecadores, os olhos do Pai vêem primeiro Seu Filho e contemplam diante de Si o Cordeiro perfeito, que foi morto e em seguida ressuscitado pelo Seu Pai mediante ação do Espírito Santo, O qual tanto foi o sacrifício, quanto o holocausto em nosso lugar. E, somente pelo fato de olhar para estes pecadores através de Seu Filho, Deus os aceitou, desde a eternidade (dimensão atemporal/ espiritual), e os vê como agora são, não apenas na eternidade, mas na própria história temporal destes homens! Que, em Cristo, agora são: regenerados pelo Espírito Santo, convertidos, arrependidos e em pleno processo de santificação, o qual prossegue ininterrupto até a plenitude da santidade, que se dará na glória com Ele, no desfecho da glorificação do Filho, a saber, a sua volta com poder e grande glória nas nuvens!

Glória a Deus! Eu sou um destes miseráveis pecadores alcançados e redimidos por preço tão alto que ninguém na face desta terra poderia pagar!
 

29.8.11

Jesus o bom Pastor - João 10. 1-18 - Comentário

Hermenêutica

Jo.10.1-18
Jesus, O bom Pastor

O Evangelho do qual falaremos foi escrito por João- “O Discípulo a quem Jesus amava”, a sua ênfase está em revelar a Jesus como o Messias esperado, por meio dos seus milagres, os quais Jesus realizava com a autoridade de Filho de Deus, o qual deixa claro que realiza as obras do Pai. Neste trecho do Evangelho, Jesus se utiliza de linguagem simples e lança mão de coisas do cotidiano do seu povo naquela época, onde havia muitos pastores e rebanhos, este era um dos ofícios mais comuns que havia ali. Naquela época já existiam aqueles que distorciam a Lei e Os Profetas para o seu próprio bel-prazer, de forma que colocavam um jugo sobre os ombros do povo eu nem mesmo eles podiam levar. O Mestre utiliza este paralelo entre o pastor e o ladrão, tanto para abrir os olhos dos que eram enganados, quanto para repreender aqueles falsos pastores/líderes que os subjugavam, tendo em vista que falava entre os judeus, inclusive entre os fariseus, os quais o estavam inquirindo acerca de si mesmos (cap. 9.40-41).
Ele diz que “aquele que não entra pela porta é ladrão e salteador”, ou seja, não é digno de confiança, é invasor (v.1). Isto significa que existe o pastor e o que se faz passar por pastor, e que devemos estar atentos a cada detalhe, buscando reconhecer quem é o Pastor genuíno. “O que entra pela porta é pastor das ovelhas”, ou seja, este sim é digno de confiança, pois “as ovelhas o reconhecem como tal” (v.2). Neste versículo podemos fazer uma correlação com a eleição, pois aqueles que são de Cristo, os que foram eleitos nele antes da fundação do mundo, ouvirão a pregação da Palavra e virão até Ele, pois são suas, estão unidas a Ele e o reconhecem, no tempo determinado por Deus na historia. “Para este o porteiro abre” (v.3), há livre acesso para ele ali, pois é esperado. “As ovelhas o reconhecem, e seguem após ele”. Ele guia aquelas ovelhas que são verdadeiramente suas, e é isto que demonstra a identificação das ovelhas com o pastor, até mesmo a sua voz é inconfundível para elas (Jo 5.25; Jo 6.37-40), não é fácil enganá-las. “Ele as leva para fora”, não para roubar-lhes dali, mas para levá-las a boas pastagens, cuidando para que não comam algo que não presta (o cuidado de Deus para com as suas ovelhas também é profetizado pelo Profeta Ezequiel em EZ 34). É interessante observarmos aqui o cuidado do nosso Pastor para conosco, quando, por meio da sua Palavra, nos instrui para que reconheçamos aquilo que podemos ou não “comer” dentre tantas coisas que ouvimos em nosso contexto atual, só não consegue distinguir entre o bom pasto e os abrolhos aquele que faz como os cristãos de Beréia, os quais ouviam a pregação e observavam as Escrituras comparando, provando o que ouviam. O nosso Pastor nos dá esta capacidade, entretanto devemos estar sempre bem alimentados dos seus “bons pastos” (v.3). Além de tirá-las para fora do aprisco, o verdadeiro pastor não as deixa à toa, mas “vai adiante delas”, guiando e cuidando, pois as mesmas reconhecem a sua voz e sabem que ele lhes fará somente o bem. Aqueles que seguem a Cristo jamais estarão sozinhos ou desamparados em meio a grandes perigos, pois o Pastor está com eles (v. 4). “As ovelhas deste pastor jamais seguirão o estranho; antes, fugirão dele” (v.5). Como já mencionamos as ovelhas que reconhecem o seu dono, jamais darão crédito a estranhos. Aqueles que verdadeiramente pertencem a Cristo automaticamente rejeitam o que não vem dele e fogem de tudo aquilo que, mesmo se chamando “evangelho” não passa de anátema (II Jo 7-11; Rm 16.17; I Co 1.6-9). Até este versículo do trecho, Jesus lhes fala por meio de uma ilustração, porém eles não compreendem (v.6). “Em verdade vos digo: Eu Sou a porta das ovelhas” (v.7)- Jesus afirma que É a porta das ovelhas. Provavelmente outros já haviam tentado se destacar como mestre, exemplo e guia para aquele povo, o qual, segundo o Profeta Isaías, andava em trevas e habitava na região da sombra da morte e tinha, portanto, necessidade de um pastor, de um guia, de um redentor (Is 9.2). Ele afirma que é o Pastor que havia sido prometido (Is 49.9-10). “Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores” (v.8). Jesus aqui reivindica para si a autoridade e credibilidade do próprio Messias diante dos falsos mestres existentes naquela época. “Aquele que entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.” (v.9)- Jesus fala claramente que Ele É a única porta para a salvação (como o reafirma em Jo 14.6), provavelmente foi baseado nesta declaração do Senhor Jesus que Lucas escreve: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (At 4.12). “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (v.10)- Jesus declara que, enquanto “o ladrão” (que podemos interpretar aqui como o próprio Diabo) tem como objetivo roubar, matar e destruir não apenas na vida física, terrena, mas para sempre; assim, Ele, o Messias, tem como objetivo, salvar da condenação eterna e fazer com que as “suas ovelhas” (seus eleitos) tenham desde já uma vida em abundância, ou seja, uma vida com propósito, a qual já passa a ser experimentada aqui numa atitude de louvor e glorificação a Deus e se concretizará na sua plenitude quando estivermos com Ele, gozando-o para sempre. “Eu sou o bom pastor, o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (v. 11)- Jesus se lembra da atitude do pastor de ovelhas, o qual está disposto a tudo para defender o rebanho, como vemos o exemplo de Davi, que enfrentou um leão e um urso (I Sm 17. 34-36 a), e em seguida Ele mesmo se coloca como este Bom Pastor, o qual entrega a sua vida pelas “suas” ovelhas. E aí mais uma vez percebemos que Jesus afirma ter as suas ovelhas no meio de toda a humanidade, pelas quais derramou a sua vida, tornando-se o nosso Redentor. “O mercenário que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e as dispersa. O mercenário foge porque é mercenário, e não tem cuidado com as ovelhas” (v. 12,13)- Jesus afirma que o falso pastor é descuidado, finge cuidar das ovelhas, no entanto, as abandona e as deixa perecer. Assim são os falsos mestres, que não cuidam, não oferecendo às ovelhas pastos saudáveis, as enreda no engano, e quando estas se encontram em perigo, ele as ignora. O próprio inimigo de nossas almas também age desta forma; engana, ilude e não se importa se vão perecer juntamente com ele, simplesmente que cumprir o seu intento: afastá-las da possibilidade de encontrar a Verdadeira Porta, o Verdadeiro Pastor. “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.” (v.14,15)- Percebemos claramente aqui que mais uma vez Jesus enfatiza que tem suas ovelhas (Jo 6.39) e Ele ainda irá reforçar esta verdade mais adiante (v.27-29; 17. 9-10). E, além disso, ainda reivindica para si a autoridade de Filho de Deus, o que revoltava os judeus ainda mais (v. 33). “Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.” (v. 16)- Jesus agora fala de coisas que jamais os judeus imaginariam: As suas ovelhas não eram apenas dentre o povo judeu, mas também gentios, de toda tribo, língua, povo e nação (Rm 9.24-27; Gl 3.14; Ap 5.9). Se nos reportarmos a Isaías 40.11, vamos ver ali a promessa de que viria o Sumo Pastor, o qual arrebanharia o rebanho de Deus. Jesus, portanto, se declara sendo este Pastor. “Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida para reassumi-la. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la. Este mandato recebi do meu Pai.” (v.17,18)- O Senhor Jesus fala sobre a sua morte e ressurreição e mais uma vez reivindica a sua autoridade de Filho e a sua autoridade sobre a própria morte, concedida por Deus, o qual segundo Ele era o seu Pai. Por isso os judeus se revoltaram e começaram a dizer que ele poderia estar endemoninhado ou que poderia estar louco, o que podemos verificar nos versículos seguintes. Jesus era o Filho de Deus e falava com autoridade como tal (Jo 1.4; 2.18-22; 11.25 a; 14.7-11; 17.18 a; Mt. 28.18 b; Mc 1.22) Ele tem a vida em si mesmo, a entregou voluntariamente, e a tomou de volta no ato da ressurreição (I Jo 3.16 a; Ef 2.1,5; Mc 14.22; Hb 9.14; 10.12; At 2.23-36) e é isso que Jesus afirma diante dos judeus, bem antes que viesse acontecer (Jo 20.1 a At 1.11).
Ana Chagas