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29.2.12

Somos verdadeiros amigos de Deus?

 Texto: João 15.14 "Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando."

Estas palavras de Jesus são muito fortes se pararmos para analizá-las profundamente. Ser amigo de Deus... Quem não deseja ser considerado por Deus como um amigo? Mas não é algo tão fácil assim. Muitos de nós podemos até pensar que temos sido amigos dele, quando na verdade o nosso comportamento tem negado algo que pensávamos ser verdade.
 Já falei aqui, na postagem "Deus aceita a qualquer culto?", que Deus rejeita a mera religiosidade. O mero ajuntamento solene desvinculado da obediência não redunda em glória para Deus, pelo contrário; o aborrece.
Algo que me incomoda é a minha falta de atitude e  falta de atitude em grande parte do povo denominado como "Povo de Deus". Se fizermos um levantamento de todas as frases no imperativo que Jesus proferiu, deixando como uma ordem, não como um mero convite; veremos então, o quanto estamos aquém daquilo que devemos ser. Logo, reconheço que minha postura em relação a estas ordens, são vergonhosas para alguém que julga e ousa afirmar que é amiga de Deus.
E a ordem que é mais gritante aos meus ouvidos neste momento é: "Ide, portanto, fazei dicípulos de todas as nações;[...] ensinando-as a guardar tudo quanto vos tenho ensinado." (Mt 28.20).

De que adianta eu dizer que sou amiga de Deus se permaneço no conforto do banco da minha igreja, do sofá da minha sala, enquanto tantos necessitam ouvir a pregação do Evangelho, por meio da qual, Deus escolheu chamar os seus escolhidos, mediante a ação do Espírito santo em suas vidas? O que eu estou fazendo aqui na minha zona de conforto?
O conhecimento teológico é importante? É, e muito. Mas o colocar em prática este conhecimento é algo fundamental para que vivamos como verdadeiros discípulos e amigos de Deus. Sempre falo aqui e no meu outro Blog Compaixão pelas almas que a Teologia não pode ser separada da Missão; pelo contrário, a Teologia deve redundar em pronta disposição à ação! Não adianta lermos e relermos a Bíblia, nos vangloriarmos no fato de já ter conseguido lê-la tantas vezes, se de fato ela ainda não se tornou nossa própria vida, a tal ponto que não suportemos lê-la, sem que tenhamos uma atitude positiva diante do confronto a nós proposto por Ela.

Hoje, na última palestra de abertura das aulas do Seminário assistindo a ação evangelística de grupos que tomaram uma atitude, olhei pra mim e cheguei à seguinte conclusão: É chegado o tempo de tomar atitude! Então faço uma singela oração ao meu Deus, que gostaria que você orasse juntamente comigo agora:

"Senhor, não peço que tenhas misericórdia de mim por minha negligência, pelo meu comodismo; mas peço que me perdoes a omissão e que me levantes com poder e ousadia do teu Espírito Santo, a ponto de não olhar os obstáculos que surgirem, mas olhar fixamente para Ti. Tira-me da zona de conforto, porque somos tendenciosos a fugir da dor e do sofrimento, do sol quente, de um chão frio, de ladeiras, de situações que talvez representem perigo à nossa vida, etc. Faz-me dizer e viver o que disse e viveu o Apóstolo Paulo em At 20.24: "...Em nada tenho a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o Evangelho da graça de Deus."  Não quero pensar que sou teu amigo, quero, de fato, ser teu amigo, como o foi Enoque, que andou contigo, que te agradou, que andou segundo a tua vontade. Em nome de Jesus, Amém!


Que, de fato, venhamos, eu e você, refletirmos sobre a nossa vida e prática. Somos o que dizemos que somos? Penso que estamos aquém disso; mas creio que podemos ser restaurados à obediência pelo poder que há no Nome do Senhor Jesus, por meio do agir do Espírito Santo, e então, poderemos considerar a nós mesmos como amigos do Senhor. A Ele toda a glória para sempre. Amém!

18.4.11

A verdadeira Religião


A Bíblia é a nossa única regra de fé e prática; é a Verdade que procede da boca de Deus. Devemos buscar nela as respostas para muitas das nossas indagações e utilizá-la como bússola para o nosso viver diário.
Há, porém, coisas que Deus quis revelar aos homens, e há mistérios que pertencem apenas a ELE, por isso, aquilo que não está revelado, não podemos acrescentar à nossa pregação; pois é assim que se constitui uma heresia. Tenhamos muito cuidado quando tratamos acerca da Palavra de Deus. Leia: Deuteronômio 29.29

COMO RECONHECER UMA HERESIA?

* Para reconhecermos uma heresia, é necessário, primeiramente, que tenhamos um amplo conhecimento da Palavra de Deus; pois, do contrário, não estaremos aptos a fazer tal julgamento (Mt 22.29b; Sl 119.11). Aquele que tem a "sua casa" edificada sobre a rocha-que é Cristo, nenhum vendaval a poderá derrubar. Isto significa que aquele que realmente tem intimidade com a Palavra de Deus, ao ouvir ou ler uma heresia, automaticamente a reconhecerá. Uma pessoa que tem conhecimento da Palavra,como disse o Apóstolo Paulo; não será levado de um lado para o outro por todo vento de doutrina (Ef 4.14-15; lembrando que os ventos de doutrina não estão apenas fora das paredes das igrejas,mas muitas vezes também dentro dela. muitos que se dizem cristãos, pastores evangélicos, estão subindo aos púlpitos levando palavras heréticas, que não comungam com a Palavra de Deus. Há muitos que tem enfatizado em suas pregações um Evangelho de prosperidade, de vida boa, sem cobrança alguma acerca de arrependimento, confissão e perdão; apenas pregando "Bênção e vitória". Mas nós entendemos que o Verdadeiro Evangelho é aquele que humilha o homem e exalta a Deus.O Verdeiro Evangelho é aquele que prega a Pura Verdade da Bíblia, sem omitir trechos onde ela mostra ao homem que a sua maior necessidade não é o dinheiro ou bens materiais que ele possa conquistar aqui neste mundo; mas a sua maior necessidade é o resgate da sua alma da morte e do inferno. Há outros que tem agregado na Liturgia dos seus "cultos a Deus", práticas que não condizem com a Santa Bíblia e que ferem a sua Verdade, como: levar para a igreja a roupa de um parente ou de outrem; pôr um lencinho no bolso para proteger-se,fitinha no pulso; caminho de sal grosso, documentos de Identidade, copo com água sobre a TV ou Rádio;enfim, práticas que vieram de antepassados por tradição. Estas práticas, digo isto sem titubear: mostram que é necessário quebrar as falsas tradições e voltarmos ao que é verdaderamente cristão; pois muitos estão trazendo para dentro da Igreja, rituais, os quais eram praticados no Espiritismo desde a antiguidade. Mas devemos atentar para o que a Bíblia nos narra acerca disto:(Mt 8.5-13; Hb 11.1;Jo 20.28)
No texto de Mateus, lemos a narração acerca do Centurião de Cafarnaum. Aquele homem deixara o seu criado doente, paralítico e atormentado. Porém, quando aquele homem chegou até Jesus e viu que Jesus estava interessado em abençoar-lhe, creu de tal forma, que disse não ser digno da visita de Jesus, mas que bastaria uma só Palavra da sua boca, e o seu servo ficaria são. Em Hebreus 11.1 lemos que a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem. A nossa fé não pode, de forma alguma estar baseada em coisas que podemos pegar e sentir que é algo material, que ocupa um lugar no espaço; mas deve estar firme em Deus. Pecisamos compreender que não é com coisas vãs que se consegue algo da parte de Deus, mas é exercendo a fé, seguida de obediência a Ele, que fará com que as suas ricas bênçãos nos acompanhem.

* É necessário ter uma vida de profunda comunhão com Deus; pois, sem a unção de Deus sobre as nossas vidas, em vão seria todo o nosso conhecimento; as coisas espirituais se discernem espiritualmente, e não apenas através do conhecimento (I Co 2.14; Hb 5.111-14).

COMO RECONHECER SE UMA SEITA QUE SE AUTODENOMINA RELIGIÃO É BASEADA EM HERESIA?

* Toda seita que, mesmo se autodenominando Religião que não é pautada na Verdade da Palavra de Deus e que é fundamentada sobre novas revelações que não estão pautadas pela Bíblia constitui uma falsa Religião; pois fere a verdade da Palavra de Deus.

COMO RECONHECER A VERDADEIRA RELIGIÃO?

* A verdadeira Religião é Baseada na Pura verdade da Boca de Deus- A Bíblia Sagrada, sem que esta tenha sido adulterada, isto é, modificada (Dt 4.2; Ap 22.18). É verdadeiramente seguidora da doutrina dos Apóstolos, sem se desviar segundo os seus próprios interesses ( Mt 15. 13-14; At 2.42-47).
Se alguém vier até nós pregando alguma doutrina, algum outro Evangelho que não seja da própria Bíblia, a qual contém 66 Livros: 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento (Não entram nesta contagem, portanto, os Livros apócrifos- aqueles que não são reconhecidos como inspirados pelo próprio Deus) não poderemos dar ouvidos a esta pregação, pois com certeza estaremos dando ouvidos a heresias.

*A verdadeira Religião prega o verdadeiro Evangelho, mostrando o Evangelho que Cristo nos trouxe, quando diz: “Aquele que quer vir após mim, tome a cada dia a sua cruz e siga-me”. Muitos tem pregado por aí apenas um Evangelho que afirma que as pessoas vão parar de sofrer, quando Jesus nos diz que o Filho do Homem-ELE, não tinha nem sequer onde reclinar a cabeça. Lemos a história de homens que foram bênçãos nas mãos de Deus, no entanto, não tinham onde morar e morreram por enfermidade, como é o caso do Profeta Eliseu. O fato de eu prosperar ou não materialmente, está na mão de Deus, Ele é o dono de tudo e reparte como quer, com quem quer. Ele faz nascer o sol sobre os justos e também sobre os injustos.

Muitas vezes nos esquecemos que a prosperidade de uma pessoa não se resume à sua conta bancária "gorda", seus talões de cheque e a uma pilha de cartões de crédito que ostenta, a uma mansão, casa na praia, no campo, sei lá mais onde; mas, principalmente, a prosperidade está em sua vida espiritual. Uma pessoa pode até ter tudo aqui neste mundo, materialmente falando, mas, se não tiver uma vida genuína em Deus, com Deus e para Deus, esta pessoa está miserável e nua neste mundo. O tipo de Evangelho que muitos pregam por aí nos dias de hoje, não passa de um Evangelho Antropocêntrico, um Evangelho onde se procura agradar aquele que ouve e assim, atrair multidões.

* A verdadeira Religião não tem como objetivo o enriquecimento próprio, mas busca a comunhão e o repartir o pão ( At 2.42) O Senhor diz na Sua Palavra: "Trazei os dízimos e ofertas à casa do tesouro, para que não falte mantimento na minha casa..." (Ml 3.10 a)
Muitos,porém, tem tentando barganhar com Deus; ofertando com a motivação errada ("Eu vou entregar o Dízimo para Deus fazer tal coisa por mim."); alimentando expectativas acerca do que irão receber de Deus em troca da oferta que está dando. E quando aquilo que esperavam não acontece, então vem a frustração; ficam se perguntando: "Onde estão as promessas de Deus?" Jamais pararam pra pensar que não é dessa forma que devemos nos relacionar com Deus; mas que devemos simplesmente obedecê-lo e buscar em primeiro lugar o seu Reino e a sua justiça, e as demais coisas nos serão acrescentadas.
Um trecho do hino "Bendito serei" de Nani Azevedo diz o seguinte:

"Se atentamente ouvir a Deus e os mandamentos seus obedecer,
O Senhor, meu Deus, me exaltará sobre todas as Nações onde eu passar,
Eu não correrei atrás de bênçãos;
Sei que elas vão me alcançar (...)”

Aí está o segredo: OBEDECER!

Deus sonda a intenção do nosso coração. Por isso, quando estava falando a respeito de se dar esmolas, Jesus disse: "Dai com a vossa mão direita, para que a vossa esquerda não veja o que faz a vossa direita" (Mt 6.1-2) Ele sabia que muitos fazem doações, ofertam com intenções de auto-promoção ou de requerimento diante de Deus de algo em troca.
O Dízimo não foi instituído em cima de moeda, de dinheiro; mas foi gerada no coração de todos aqueles que tinham um coração grato e amoroso para com Deus. Abraão foi dizimista antes mesmo que existisse moeda; antes mesmo que viesse a Lei, ele entregou o dízimo com o coração voluntário, e isto agradou a Deus (Gn 14.20).
Sigamos, pois, o exemplo do publicano, façamos o que é certo, não para sermos vistos pelos homens, mas para que o nosso Pai celestial seja por nós obedecido e glorificado.
Devemos entregar o Dízimo, não porque o pastor vai saber que eu o fizemos, nem para que os irmãos escutem o nosso nome sendo citado na lista dos dizimistas; não para que possamos ser chamados até à frente para recebermos uma oração especial, da qual os outros irmãos que não entregaram ficarão de fora; não para depois ficarmos exigindo algo de Deus e esquecendo que somos apenas servos dele e que ELE sim, é o Senhor da História. Portanto, a Verdadeira Religião busca cumprir o que Deus determinou sem ter que oferecer prosperidade ou o seu dinheiro de volta (o que não acontece).

* A verdadeira Religião, leva os seus membros a cumprirem com fidelidade o que Deus ordena na sua palavra a todo aquele que julga ser religioso:

1- Ser não apenas leitor e ouvinte, mas praticante da Palavra de Deus (Tg 1.21-25) Não adianta eu dizer que já li e reli a Bíblia toda por várias vezes, se eu não comi, se eu não absorvi, e se aquilo que eu li não se tornou parte de mim, como regra de fé e prática, se ela não fez ainda com que outras pessoas olhem pra mim e perguntem se sou Evangélico (sem que neste momento eu esteja necessariamente com a Bíblia debaixo do braço nem com roupas que me identifiquem como membro de determinada igreja) Deixando claro que não estou dizendo aqui que o crente não precisa andar bem vestido, de forma moderada, sem dar escândalos.

2- Refrear a sua língua (Tg 1.26)- Muitos tem falado coisas que não provém da Palavra de Deus (heresias) por falta da instrução adequada por parte da sua Igreja, que não tem base bíblica e tem gerado cristãos que não estão preparados a responder àqueles que perguntarem qual a razão da sua fé. Há também aqueles que se dizem cristãos, mas quando estão entre seus amigos e familiares utilizam um linguajar tão vulgar e tão torpe que escandalizam o Evangelho. Há ainda outros que saem por aí entregando falsas profecias, muitas delas que levam outros à queda espiritual, ou a murmurarem contra Deus acerca de coisas prometidas por homens, e não pela boca DELE e que não se cumpriram; esquecendo estes falsos profetas que prestarão conta diante de Deus por essas atitudes. Quero dizer aqui que creio na contemporaneidade dos dons espirituais, no entanto, devemos provar as profecias, como o Senhor nos instrui através do Apóstolo Paulo. O discernimento que Paulo nos orienta tanto a usar, tem sido desprezado por muitas igrejas, daí o por quê de tantos erros dos quais quem tem levado a culpa muitas vezes é o próprio Deus, por pessoas que não mantém comunhão com Deus, mas vive de lugar em lugar em busca de promessas de prosperidade. Mas se a Mensagem pregada no púlpito (A Profecia Principal de Deus) for de exortação pedindo para o povo se consertar com ELE; então não foi de Deus, o irmão que pregou não falou da parte de Deus, mas falou porque sabe alguma coisa da minha vida, ou porque alguém foi falar pra ele, etc.

3- Visitar os órfãos e as viúvas, fazer o bem; A verdadeira Religião procura realizar boas obras, porém entendendo que isto apenas evidenciará da vida eterna que já tem, garantida em Cristo Jesus através do Novo Nascimento; e não achando que fazendo tais coisas receberá a salvação, pois a Bíblia nos diz que a salvação é pela Graça e não por obras (Tt 3.5).
Devemos ter a consciência de que onde há boas obras, nem sempre há amor e fé envolvidos; mas que onde verdadeiramente existe amor, sempre haverá boas obras. Aquele que é nascido de Deus sempre terá, naturalmente no coração o desejo de servir com excelência a Deus e de servir também ao próximo.

Em suma, a única e verdadeira Religião se resume em:
TER PASSADO PELA EXPERIÊNCIA DO NOVO NASCIMENTO (Você tem certeza que já nasceu de novo?- João 3.7) E, COMO RESULTADO DESTE NOVO NASCIMENTO, LER E PRATICAR VERDADEIRAMENTE A PALAVRA DE DEUS; e ainda, valorizar o momento da reunião solene coletiva, não deixando de congregar, como é costume de muitos, como disse o autor aos Hebreus, no capítulo 10.25. Pois temos visto hoje o crescimento dos desigrejados, insatisfeitos com questões teológicas ou por questões pessoais, intrigas e dissensões. Que Deus olhe para mim e pra você e encontre verdadeiros adoradores que o adoram em espírito e em verdade, e que, em consequência disto, vivem a verdadeira religião.

Que Deus continue abençoando a sua Igreja invisível!


Nani Azevedo- Bendito Serei

30.1.11

Boas obras: Quando elas não evidenciam uma fé salvífica.

"Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho as obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as minhas obras te mostrarei a minha fé." Tiago 2.14-18
Acompanhamos recentemente as catástrofes no Rio de Janeiro e também, embora em menor escala, em São Paulo, Minas, Bahia, Sta Catarina e João Pessoa, o que desencadeou uma comoção geral em favor das famílias enlutadas e daquelas que, embora tendo sobrevivido pela graça de Deus, ficaram e ainda estão sem um norte, sem chão, enfim, sem alento. Graças a Deus por cada pessoa que ajudou, independente de qual foi a motivação, pois pessoas foram socorridas... Mas agora é importante que reflitamos sobre esta questão das boas obras. O que realmente me leva a querer fazer o bem ao meu próximo? Qual é o sentimento motivador?
É interesante percebermos que alguns se mobilizam em favor destas pessoas movidos por um sentimento de compaixão e cumprimento de um dever; dever este que é inerente a todo cristão genuinamente salvo. Outros fazem o bem e socorrem o aflito por puro desencargo de consciência, e ainda há outros, por sua vez, correm a fazer o bem porque pensam que fazendo assim
"acrescentarão mais um tijolinho na sua casa no céu." Falando assim até parece engraçado, mas é muito sério o fato de que tantos ainda se encontram no engano acerca da fé e das obras para com o próximo diante de Deus.
Sabemos muito bem que no reino de Deus não é assim que as coisas funcionam. A fé sem obras revela alguém que ainda precisa rever a fé que professa. Pois, a Bíblia afirma que a verdadeira fé é salvífica e gera obras, gera frutos dignos de arrependimento. É impossível que o salvo permaneça no comodismo enquanto outros perecem; não porque ele precise fazer o bem para que Deus lhe conceda o entrar no céu, mas porque sabe que é seu dever e que, fazer o bem está no seu novo ser, nascido em Cristo. E se isto não acontece, este "cristão" deve rever o seu cristianismo. E sem a Fé genuína, diz o Senhor em sua Palavra que as nossas obras de justiça "não passam de trapos de imundícia diante dos seus olhos". Imagine como incomodamos a Deus e o quanto o afrontamos quando queremos, ou tentamos apresentar diante Dele seja qual for o ato de justiça e de bondade que tenhamos feito a um necessitado, como se disséssemos: "Olha, Deus, eu fiz isso para aquela pessoa, agora é a sua vez: Me abençoe e me salve!"
Aquele que não é salvo, permanece na ilusão, no engano que foi e ainda é pregado por aí, o qual afirma que se você quer ser aceito por Deus tem que fazer boas obras. Mas sabemos que o caminho para sermos aceitos por Deus não é trilhado daqui de onde estamos até Ele, mas é Ele que vem até nós; e isto não ocorre porque eu ou você sejamos mais bonitinhos ou bonzinhos, ou porque tenhamos entrado para o Guiness Book em matéria de dar esmolas e fazer o bem, mas o Senhor Deus vem até nós, porque nós, humanos, estamos mortos em nossos delitos e pecados, e, portanto, totalmente incapazes de, por nossos próprios méritos sermos reconciliados com Ele.

Somente a verdadeira fé gera as obras agradáveis a Deus; agradáveis por configurarem frutos de algo espetacular, miraculoso e sobrenatural que houve em nós: O novo nascimento, o qual somente o Senhor poderia ter feito em nós, nos tirando das trevas para a sua maravilhosa luz.

11.1.11

Unção, amor, perdão e serviço

Imagine um relógio daqueles que funcionam com engrenagens, todas funcionando perfeitamente bem, cada uma delas movimentando-se no momento certo para a direção correta... Que maravilha não? Esta perfeita harmonia garante que aquele relógio não irá atrasar, nem adiantar, e muito menos parar.

Agora, imagine outro relógio, onde as suas engrenagens estão enferrujadas e desgastadas cuja ferrugem está fazendo com que elas não se movimentem de forma harmoniosa e perfeita, que desastre, não? Este segundo relógio passa a funcionar de forma irregular, atrasa, adianta, ou até mesmo pára de vez. O que fazer, então quando isto acontece? Imediatamente o seu dono o leva a um relojoeiro, o qual imediatamente o examina, descobre o problema, realiza uma limpeza, em seguida providencia o óleo e lubrifica cada peça, o que fará com que o atrito entre elas seja eliminado de maneira que passem a movimentar-se de forma harmoniosa, como em uma melodia, trazendo assim, a vida útil ao relógio, antes, parado.

Fazendo uma reflexão sobre a nossa própria vida espiritual, podemos nos comparar àquele relógio. Sim ou não? Claro que sim. Pois somos partes, “engrenagens” que formam um só corpo- o Corpo de Cristo, e precisamos nos movimentar de forma harmoniosa para que este Corpo possa “funcionar”; andar e agir, enfim, para que este corpo seja útil, direcionado pela Cabeça que é Cristo. E para que vivamos uma vida de comunhão com os nossos irmãos é necessário que tenhamos uma vida cheia da unção de Deus, do seu óleo (uma vida cheia do Espírito Santo), o qual ele providenciou para que funcionássemos perfeitamente como corpo, do qual Ele é a Cabeça.

Em meio à “ferrugem” (o ódio, as desavenças, as divisões, os partidarismos, o individualismo, as picuinhas, falta de perdão, etc.) que teima em afetar o nosso convívio com “as outras peças da engrenagem” (nossos irmãos), precisamos buscar de Deus o enchimento; devemos urgentemente clamar ao Deus-Espírito Santo para que venha nos encher constantemente, para que venha tornar aptos a viver o verdadeiro amor de Deus, o qual é o efeito do óleo sobre as “peças” (eu e você). Assim, será menos difícil conviver com nossos irmãos, e não iremos apenas tolerar, mas iremos amar a cada um deles. Precisamos ir muito além de um simples “suportar o irmão”; e esta tarefa é impossível a peças emperradas pela ferrugem do pecado, do ódio, do orgulho, da obstinação. Precisamos nos livrar da ferrugem, e só conseguiremos isso, se buscarmos ao Senhor de todo nosso coração, com todas as nossas forças e com todo nosso entendimento.

Se cada peça teimar em funcionar sozinha, cada uma por si mesma, o relógio permanecerá quebrado, portanto, inútil. Porém, quando nos colocarmos diante de Deus como vasos que estão rachados mas querem ser “moldados” consertados, pelo Oleiro, então Ele nos restaurará e nos tornará um novo relógio, pronto para a boa obra, prontos, portanto, para realizar o seu Serviço com amor, união e unidade de pensamento e visão; somente assim, o corpo se moverá avante, rumo ao propósito divino, o qual ele estabeleceu para “engrenagens ungidas” com o seu óleo.

Que Deus- o nosso “Relojoeiro por excelência” nos abençoe e escute quando clamarmos e conserte a nossa vida, para que, restaurados, estejamos aptos para toda a boa obra; pois Ele mesmo afirmou em sua Palavra: “Serei achado daqueles que me buscarem.” (Pv 8.17; Is 65.24).


5.1.11

Arrependimento e restauração: Não temas,ó, bichinho de Jacó, povozinho de Israel, eu te ajudo!

"Não temas, ó bichinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel." (Isaías 41.14)

Vivemos dias em que a igreja de modo geral encontra-se apática e infrutífera, o esfriamento espiritual já predito pelo Senhor Jesus quando este se referia ao começo das dores, o começo do fim já pode ser claramente sentido no meio dela. O maior fator que contribui para este esfriamento, não diferente do fator que afetou também o povo de Israel, é o pecado, e não há como negar esta verdade. Muitos, infelizmente têm se apoiado no fato de que Deus é amor, e de que sempre perdoa para apoiar os seus próprios erros e desejos de pecar, e suas frequentes "quedas" (não que exista super crentes que não pecam; mas devemos viver em temor e sabermos que com Deus não se brinca). Ele nos chamou para sermos santos, separados para o louvor da sua glória, mas temos nos desviado constantemente dos seus preceitos, deixando a vida cristã prática, quando deveríamos lutar para deixarmos de ser cristãos meramente nominais, dos quais as igrejas estão abarrotadas, infelizmente. Deus é misericórdia e amor, certo? Certo! Mas Deus também é, não em menor proporção ou em uma ordem posterior de intensidade, mas na mesma medida e ao mesmo tempo, Justiça! Ele ama a retidão, e deseja que aqueles que se chamam por seu nome, andem de modo digno de alguém que leva este nome; como um arauto que leva um decreto do Rei, selado com o seu anel real, o qual deve representá-lo diante do povo e transmitir com fidelidade a sua vontade, sem tirar nem pôr. A igreja de nossos dias tem perdido a visão do alvo, tem fixado o seu olhar em outros objetivos, como por exemplo, a ênfase na prosperidade a todo o custo (ou você prospera ou das duas uma: Ou você está em pecado ou Deus não é Deus). Muitos crentes estão vivendo e achando que são miseráveis porque não prosperam, achando que não são verdadeiros cristãos porque nem tudo sai como planejaram lá na sua empresa, ou lá no seu trabalho. Outros procuram ostentar templos monumentais, ou ainda uma roupagem patriarcal, dizendo-se superiores e dignos de honras; líderes famosos começam a se degladiarem para ver quem conquista mais investidores para as suas igrejas-empresas, que são mais instituições com fins lucrativos do que meramente igrejas. As pessoas estão muito ocupadas com o seu próprio umbigo para se preocuparem umas com as outras. Já é coisa rara encontrar igrejas que seguem o exemplo da igreja primitiva, a qual caia na graça de todo o povo, e que recebia mais e mais convertidos que buscavam juntar-se a ela para adorar simplesmente ao Messias ressurreto, e não para buscar o seu sucesso financeiro. As pessoas quase não oram mais, pouco lêem a Bíblia, mas um objetivo continua de pé: querem ter vitória! Cantam, choram, se ajoelham, outras até se descabelam, pulam, rodopiam, mas suas vidas estão vazias da presença de Deus. Pois não se vêem frutos viçosos e permanentes a partir de suas pregações, mas apenas plantas sem raíz, sem vida, exceto algumas raridades. Fomos alcançados por Deus, mas estamos vivendo para nós mesmos, não para Ele. Tudo isso são sintomas de derrota e humilhação; não porque não temos riquezas e sucesso, mas porque os nossos olhos estão fitos nessas metas; sintomas de humilhação porque estamos tão ocupados que não temos tido tempo para evangelizar; sintomas de humilhação porque estamos despercebidos quanto a uma vida de constante oração e leitura e meditação na Palavra de Deus; sintomas de humilhação porque temos sido derrotados muitas vezes pelo pecado, pela carne, pelo mundo, pelo diabo. Mas Deus nos mostra em sua Palavra, não poucas vezes, que é o maior interessado em que sejamos restaurados. O povo de Israel quase foi reduzido a nada, por causa da sua própria desobediência, mas o remanescente que restou, buscou ao Senhor, e o Senhor os ouviu, e os restaurou e os abençoou; e ainda, prometeu que estaria com eles e que os ajudaria. É importante lembrarmos de que a restauração sempre é precedida pelo arrependimento e pela busca do perdão de Deus, lemos isso na história de Israel.


Israel tinha o privilégio de ser o povo escolhido por Deus para ser santo e testemunhar do Deus único, vivo e Senhor Todo-Poderoso diante das Nações pagãs, porém, em muitos momentos da sua história podemos perceber Israel indo por outro caminho, indo após ídolos, abandonando o Senhor e afastando-se da comunhão com Ele. Observamos também o profundo amor e a fidelidade de Deus para consigo mesmo e para com a Aliança que havia firmado com Abraão, Isaque e Jacó. Especialmente no livro de Isaías, onde este é levantado como Profeta em meio a um período crítico, quando aquele povo estava totalmente corrompido mas insistia em continuar se apresentando diante do Senhor como se nada estivesse acontecendo.
Deus mostra ao seu povo que ele estava pecando e desagradando de tal forma o seu coração , que chega a compará-lo a Sodoma e Gomorra (Is 1.10)- cidades que foram totalmente extirpadas pelo fogo do juízo de Deus por causa de suas abominações (Gn 18.16-19.29). Sodoma e Gomorra, em sua época, não foram dignos de receber outra chance; e Israel não estava em situação muito diferente; Deus deixou isto bem claro através do Profeta, quando profere uma palavra de juízo para o seu povo, o qual, conhecendo ao Deus vivo, não foi fiel, não foi verdadeiramente Servo do Senhor (Isaías 1.10-17). Por causa de seu próprio pecado, Israel passou por muitas situações de humilhação diante de outras Nações, especialmente neste período, diante do Império babilônico, onde permaneceu em cativeiro durante setenta anos a fio. Porém, Deus permitiu que tais coisas sucedessem ao seu Povo para que ali ele pudesse ser tratado. Dez tribos desapareceram no ano de 722 a.C., e Judá foi quase destruída em 587 a. C., deixando apenas um resto inexpressivo, que mais tarde voltou da Babilônia para reconstruir Jerusalém. O remanescente foi aquele que permaneceu no Senhor, mesmo distante do seu lugar, sofreu, mas perseverou, o braço do Senhor os trouxe de volta a restaurar aquilo que havia ficado para trás. O amor e a misericórdia de Deus proporcionou esta bênção para o seu povo que agora estava em número bem reduzido. Israel que havia servido de "peteca" entre os Impérios rivais do oriente, agora ouvia da boca do Senhor a frase: "Não temas, ó, bichinho, ó, vermezinho de Israel; eu te ajudo!" O povo estava reduzido? Estava! Estava em aparente desvantagem diante daqueles que olhavam para ele? Com certeza! Mas aquele remanescente tinha ao seu lado o Deus Todo- Poderoso, que apesar dos erros do seu Povo, quis dar-lhe novamente a oportunidade de voltar a seu lugar e restaurá-lo para a glória Daquele que já o havia determinado. A Fidelidade de Deus a si mesmo e aos seus decretos fez com que estendesse a Israel uma segunda oportunidade.

Oh, como é maravilhoso sentirmos o amor de Deus sobre as nossas vidas! Como nós, não poucas vezes temos sido infiéis, assim como Israel e entristecido ao nosso Pai amoroso! Muitas vezes estamos vivendo em uma situação de humilhação, digo isto, não em se tratando de finanças, pois não é este o meu foco aqui, mas digo em questão espiritual mesmo. Quantas vezes estamos caídos, fracos, feridos e cheios de ódio e falta de perdão, ou temos buscado glórias humanas ao invés de buscarmos direcionar toda a glória para aquele que é digno (Deus); quantas vezes estamos cheios de orgulho e de soberba, cheios de nossa intransigência e inflexibilidade diante do agir do nosso oleiro, querendo muitas vezes, até indagar o que é isto que Ele está fazendo, quando nada somos, a não ser um caco entre outros cacos. Quando deveríamos nos dobrar e nos quebrantarmos ao seu moldar, muitas vezes estamos murmurando, pecando contra Deus e exaltando ao diabo. Nós mesmos nos colocamos nesta situação, pois Deus diz através do Profeta Jeremias: "De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um de seus próprios pecados." (Lm 3.39)
Nós somos os culpados da nossa situação de miserabilidade. Às vezes, mesmo sendo cristãos, nos esquecemos de viver a Palavra de Deus e aí a fé esmaece, e as tentações encontram abrigo em nós, o assédio do pecado já não precisa ser tão forte, pois estamos mais vulneráveis e assim, cedemos mais facilmente a ele. Por isso, muitos deixam de evangelizar, deixam de testemunhar acerca de Cristo, deixam de perdoar e assim, as igrejas ficam abarrotadas de crentes nominais, doentes e infrutíferos, que não sentem sequer compaixão pelas almas que estão perecendo no mundo. E é isso que alegra o diabo. Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua igreja, é verdade. Mas esse texto muitas vezes não tem sido bem interpretado, Jesus quis dizer: "Quando a minha igreja avançar contra o inferno, as portas dele não prevalecerão." Mas, se permanecermos enfermos não teremos força nem poder para avançar. É necesário que haja em nós um despertamento e avivamento, primeiro pessoal, e a partir deste, o mesmo acontecerá de forma geral, para que possamos agir mediante o que Deus já nos garantiu. Não somos dignos, mas aprouve a Ele nos escolher para ser o Israel de Deus, o Israel espiritual, circuncidados no coração, como disse o Apóstolo Paulo em Fp 3.3. e isto traz sobre nós a grande responsabilidade de testemunharmos dEle diante do mundo.
O Deus Todo-Poderoso é Fiel aos seus decretos, e disse a Abraão que nele seriam benditas todas as Nações, todas as famílias da terra, ele falou através dos seus profetas que iria atrair com amor eterno muitas nações, aqueles que não o conheciam, que nunca ouviram falar dele. Aleluia! Eu e você, gentios (não-judeus) fomos escolhidos pelo Senhor também, Ele quis ter misericórdia de nós, mesmo quando éramos seus inimigos, e mesmo não havendo nada de bom em nós. Ele nos tirou do lamaçal do pecado, nos lavou no sangue do Cordeiro, morto antes da fundação do mundo em nosso lugar, nos selou com o Seu Santo Espírito para a salvação, o que nos garante estarmos com Ele para sempre; bênção esta que nada e nem ninguém pode nos arrancar jamais.
Mesmo quando estamos nos sentindo um resto, um povinho tão pequeno, tão incapaz, tão impotente, Deus nos diz: "Não temas, ó, bichinho de Jacó, eu te ajudo." Ele está comigo. Ele está contigo, meu irmão! Não temas! O Deus que restaura e usa o seu povo e que venceu os midianitas com os trezentos de Gideão, é o mesmo que está conosco. Com Ele somos a maioria. O inferno não é pário para nós. Ele é astuto, é sagaz, é sutil, é atrevido, mas em Cristo somos mais que vencedores! Basta nos fortalecermos em Deus, orarmos e jejuarmos, a vitória é do povo de Deus. Não há demônio que suporte o poder de Deus na minha e na tua vida! Não podemos recuar, precisamos avançar, como Cristo ordenou. O tempo está próximo. O nosso Senhor está às portas, não devemos nos apresentar diante dEle de mãos vazias. Somos poucos e pequenos? Temos à nossa frente e ao nosso lado o Todo- Poderoso! Sozinhos realmente não faremos nada, mas em Deus faremos proezas! Ele nos faz cavalgar sobre as nossas alturas, Nele somos capazes de combater e resistir a todo o mal que se levante contra nós. Como diz esta reflexão, deixemos todo embaraço do pecado e nos acheguemos a Deus, busquemos o seu perdão e restauração, sejamos sarados pelo Senhor; e só então, estaremos novamente aptos para a obra que Ele tem a realizar através de nós. Não há outra forma de o povo cristão marchar em vitória, a não ser de joelhos em humilhação e adoração ao seu Deus e Mestre! Ele, o nosso Redentor continuará falando ao nosso ouvido em suave murmurar: "Não temas, ó, bichinho, ó, vermezinho de Israel, eu te ajudo!"

11.12.10

Desfrutando das bênçãos de Deus através da Oração

Esta Reflexão foi postada por mim no Blog das Senhoras Auxiliadoras da 1ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa-PB, e senti o desejo de compartilhá-lo aqui no Conectado na Bíblia também. Creio que Deus deseja falar ao teu coração neste momento através desta mensagem:

"A igreja de Cristo caminha nos joelhos das mulheres."
(mas, na verdade, a Oração é dever e necessidade de todo o cristão; e é disto que trata esta Reflexão).

Quando se fala em Oração nas nossas igrejas, automaticamente as pessoas associam a Oração às Auxiliadoras. Essa ideia já vem sendo cultivada desde muito tempo atrás. Olhando minhas papeladas, encontrei esta ilustração acima, e fiquei pensando a respeito da frase nela contida. Sabemos que a Oração é uma ordenança geral de Deus para todos os cristãos, sejam eles homens ou mulheres. A questão é que, quase sempre, são as mulheres que mais se dedicam a ela. Não somente porque a maioria delas não trabalha fora, mas porque realmente compreendem o valor da oração na vida da Igreja. Sabem que a oração deve sempre preceder antes de cada passo, de cada decisão a ser tomada e por isso tornam-se mulheres intercessoras.

É preciso que cada crente constate, a partir da sua própria experiência com Deus que é através da oração que adoramos a Deus pelo que Ele é; que é através dela que deixamos o nosso fardo aos Seus pés; que é através dela que a nossa comunhão com ELE cresce dia após dia e ainda, que é através dela que nos quebrantamos ao trabalhar de Deus no nosso caráter, aplicando à nossa vida prática seus preceitos, os quais conhecemos através da Sua palavra. Não esperemos que apenas os outros façam aquilo que Deus nos entregou. Orar não é ministério. Orar é parte integral da vida do crente, e quando não oramos, estamos vivendo o Evangelho de forma equivocada.

Se oramos muito, recebemos muito da parte de Deus, digo isto no sentido total da palavra (em Comunhão; em aumento do apetite pela leitura da Bíblia; em resposta- seja ela SIM, NÃO ou ESPERE); se oramos pouco, pouco desfrutaremos das bênçãos decorrentes de uma vida de oração. Se não oramos, com certeza vamos estar fora do círculo de amigos íntimos de Deus; pois essa intimidade se dá através de uma vida de Oração (Eu falando com Deus) e de Leitura da Sua Palavra (Deus falando comigo). Estes dois hábitos devem, imprescindivelmente, fazer parte da nossa vida de maneira associada, nunca separadamente. Pois, do contrário, nos tornaremos cheios de conhecimento, porém sem um elemento importantíssimo para a testificação da nossa fé e testemunho, que se chama UNÇÃO DE DEUS.
Para sermos cheios da Unção precisamos da Oração, para sermos cheios do Conhecimento de Deus precisamos ler a sua Palavra. Como eu posso dizer que sou amigo íntimo de alguém, se não converso com ele vou à casa dele ( só de vez em quando), entro, e somente naqueles poucos momentos leio e escuto sacerca dele. Se falo com ele, mas somente aquilo que julgo ser extremamente necessário e pronto., mas depois que saio da sua casa, passo dias sem entrar em contato, etc. Não há condições de um relacionamento se aprofundar desta maneira, pode durar, mas nunca deixará de ser um relacionamento superficial. Deus quer ser o nosso amigo íntimo, mas nós, muitas vezes temos preferido ser "seus conhecidos"- como chamamos alguém com quem não mantemos laços mais profundos de amizade. Devemos entrar nas águas de Deus como Ezequiel na torrente das águas purificadoras: Primeiro as águas davam nos artelhos, mas ele continuou avançando, e as águas deram nos joelhos, e depois nos ombros e por fim, ele mergulhou tão profundo era aquele ribeiro (Ez 47.1-10) Assim também deve ser a nossa busca pela presença de Deus, contínua e crescente.

Deus nos confia a tarefa de sermos Intercessores- de orarmos e chorarmos por nossos irmãos, quando diz em sua Palavra através dos seus Servos inspirados: "Levai as cargas uns dos outros"; "Alegrai-vos com os que se alegram" (Ações de Graças); "Chorai com os que choram" (Intercessão);"Está entre vós alguém enfermo? chamem os presbíteros e lhe imponham as mãos e orem"; ou ainda: "Muito pode em seus efeitos a Oração de um justo" (Se você é um justo e ora a Deus com fé, segundo a vontade Dele; com certeza a resposta virá. Não porque o poder esteja em nós- os seus justos (pecadores justificados) que oraram, mas porque ELE tem prazer em estabelecer o seu propósito respondendo àquilo que lhe pedimos em oração.
Perseverar na Oração é uma terefa árdua, não é fácil. Mil adversidades surgem tentando tirar-nos do propósito de Deus. Mas não sejamos como os discípulos que em determinado momento, foram repreendidos por Jesus porque não vigiaram enquanto ele se retirou para orar à parte. Estejamos atentos em oração, vigilância e leitura da Bíblia.
Como é confortante sabermos que através das nossas orações Deus tem derramado bênçãos sobre nossas vidas e sobre a vida dos nossos irmãos; saber que Ele se agrada que façamos parte do seu agir, e isso é para nós um grande privilégio.

Orai sem cessar!

25.11.10

Deus aceita a qualquer culto?

Texto: Is 1.10-17

Qual é exatamente o culto que agrada ao Senhor? Que critérios nós, como igreja do Senhor temos estabelecido para julgarmos se determinado culto foi ou não recebido por Deus? O que pode nos dar a certeza de que o nosso culto foi aceito pelo Senhor? É justamente sobre esta questão que queremos falar nesta Reflexão.

Antes de tudo, é importante falarmos do significado da palavra cultuar. No Dicionário Aurélio significa: Adoração ou homenagem à divindade em qualquer de suas formas e em qualquer religião; veneração. Mas a questão aqui é: A quem nós cristãos cultuamos? Como o estamos cultuando? Sabemos que nos cultos pagãos, geralmente o culto estava associado à prostituição, à embriaguez, enfim, a todo tipo de pecado. Porém, o Deus a quem adoramos é Santo e não comunga de forma alguma com o pecado. No texto que lemos, encontramos o Profeta Isaías se dirigindo ao povo de Israel, investido da autoridade do próprio Deus, dizendo: “Ouvi a Palavra do SENHOR:”.

Deus levantou Isaías como profeta mais ou menos em 740 a.C., na época em que morreu o Rei Uzias, rei de Judá. Ele fora designado mostrar a Israel a sua condição, a qual era digna de julgamento e juízo. Deus não apenas alerta o povo, mas também lhes dá a oportunidade de arrepender-se e de voltar-se ao culto agradável. Isaías profetiza a partir de uma visão que Deus lhe dá acerca do seu povo, que estava vivendo de forma que não lhe agradava, mas que ainda assim, comparecia para o ajuntamento solene, sem sentir necessidade alguma de mudanças em sua conduta.

O que fica claro para nós a partir das palavras do Profeta é que: Se desejamos que Deus aceite o nosso culto, devemos nos afastar do pecado!

Podemos inferir neste texto que Deus abomina o ajuntamento solene associado ao pecado; e que nós, como sua igreja devemos analisar como temos comparecido diante dele. E neste texto, Deus deixa claro tudo aquilo que estava sendo trazido à sua presença, mas que ele abominava, das quais devemos nos afastar para que o nosso culto seja aceitável. O que verificaremos no decorrer do texto:

Em primeiro lugar:

1. Se quisermos que Deus aceite o nosso culto, devemos nos afastar do pecado- porque Deus abomina a iniqüidade (v 10)

  • Deus compara a iniqüidade de Israel com a do povo de Sodoma e Gomorra, aos quais ele não suportou e os destruiu; porém, ao seu povo, Ele dá uma nova chance. Deus tem revelado a sua misericórdia também para conosco pelo fato de já não ter-nos destruído, pois somos muitas vezes infiéis a Ele, e Ele tem nos dado a segunda chance de acertarmos
  • Israel foi escolhido e separado por Deus para uma vida de testemunho diante das Nações pagãs de toda a terra, porém, saiu do propósito divino, se deixando contaminar com toda a sorte de abominações das nações pagãs e pela maldade de seus próprios corações. Nós, a igreja do Senhor do século 21, também separada por Ele como Raça Eleita, Sacerdócio real, Nação santa, povo adquirido, a fim de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9), estamos, muitas vezes, mais sendo influenciados pelo mundo do que influenciando o mundo. Precisamos urgentemente voltar-nos para Deus!

2. Se quisermos que Deus receba o nosso culto, devemos nos afastar do pecado- porque Deus abomina a religiosidade sem aplicação prática (v. 11-14)

Em Êx 23.17 ao 18ª, lemos Deus estabelecendo as festividades onde o povo se apresentaria diante dele para o culto coletivo, mas Ele faz duas observações:

  • O povo deveria comparecer para verdadeiramente celebrar a Ele;
  • No v. 18a Ele diz que não poderiam oferecer sacrifícios diante Dele com pão levedado. O pão sem fermento aqui simboliza a abstinência do pecado e da podridão. O povo sabia que Deus exigia deles uma vida diferente, uma vida de testemunho, mas mesmo assim, continuava vivendo sem aplicar os princípios divinos à sua vida cotidiana e indo como de costume, ao ajuntamento solene: Passando a viver uma religiosidade morta.

Deu, então, pergunta ao povo: “Quem vos mandou apenas o compareceres?” E ainda afirma que o povo estava trazendo podridão à sua presença. E isto não é muito diferente do que vivenciamos hoje: Muitas vezes nos pegamos criticando as pessoas de outras religiões por viverem uma religiosidade morta, sem propósito, mas nós, mesmo dentro de uma igreja evangélica, temos vivido uma religiosidade morta, quando não temos vivido uma vida e culto individual, com testemunho antes de nos ajuntarmos coletivamente para prestarmos o culto solene ao Senhor. Às vezes podemos até ser assíduos, mas aquele que sonda e conhece o nosso coração sabe como anda a nossa vida e sabe se realmente estamos cultuando ou não de forma aceitável. Se sabemos o bem que devemos fazer e não o fazemos, pecamos- diz a palavra do Senhor. Na Carta de Tiago cap. 1.21-27 lemos acerca da verdadeira religião, na qual se pratica justiça e a compaixão pelo próximo, lembrando que neste texto, Tiago não está dizendo que as obras salvam, mas que, a fé gerada pelo novo nascimento, deve gerar em nós obras resultantes da fé viva em Cristo, e que, sem a regeneração, todas as boas obras que venham a ser praticadas não redundarão em salvação, pois a mesma não é concedida por meio das obras. As obras sem vida de comunhão com Deus, segundo o próprio Isaías, não passam de trapos de imundícia

3. Se quisermos que Deus aceite o nosso culto, devemos nos afastar do pecado porque Deus abomina a hipocrisia (v. 14-15)

  • O povo participava das festas, erguiam as mãos e clamavam talvez em alta voz
  • Deus expõe o pecado do povo e mostra que estes não podem estar associados ao culto solene (violência, maldade, injustiça social e omissão diante das injustiças sofridas pelo seu próximo)

Porém aquela prática era algo insuportável diante do Senhor, Ele diz que esconde os seus olhos, é como se Deus virasse as costas para aqueles que clamavam e erguiam as mãos em uma “adoração” que estava incomodando a Deus por ser uma atitude hipócrita. Deus diz claramente que rejeita a oração do povo. Em nossas igrejas, vamos religiosamente aos cultos. Geralmente as pessoas querem medir a espiritualidade uns dos outros, se aquele irmão ora mais alto e utiliza um vocabulário mais culto, mais eloqüente, o seu culto é considerado mais aceitável; se outro irmão canta mais afinado ou ministra melhor durante um louvor, os outros julgam que naquele dia, com certeza o louvor cantado foi aceito por Deus. Ou ainda, aqueles irmãos que erguem as mãos, fecham os olhos ou até choram, “estes sim, estão adorando de verdade”. Será mesmo? Será que o Culto aceitável é aquele melhor equipado de instrumentos e equipamento de som? Será que o culto mais agradável a Deus é aquele onde temos celebridades gospel louvando, cobrando cachês altíssimos para isso? Será que são aqueles cultos em que encontramos a igreja impecavelmente ornamentada, muitas vezes até com objetos luxuosos? Será que os cultos mais aceitáveis são os que estão sendo oferecidos a Deus naquelas igrejas que estão abarrotadas de pessoas atraídas pelo Evangelho antropocêntrico, onde se fala muito de Deus, mas muitos estão ali adorando às claras ao deus Mamom, buscando apenas riquezas e sucesso? Levando em consideração o fato de que o culto vai muito além das quatro paredes da igreja ou do recinto onde é celebrado, precisamos nos fazer a seguinte pergunta: Como eu tenho vivido diante do Senhor? Sim; pois precisamos viver uma vida de culto, e não apenas isolarmos momentos em que vestimos uma roupa de santidade, e vamos à igreja. Precisamos viver primeiramente de forma individual uma vida de verdadeiro culto a Deus, e assim, quando nos ajuntarmos solenemente para cultuá-lo, Ele receberá o nosso culto.

Desta maneira, podemos concluir que se nos arrependermos e buscarmos a restauração, Deus receberá o nosso culto! (v.16-17)

Qual é, então, o culto aceitável ao Senhor?

Deus orienta o seu povo a que busque a restauração, mais uma vez lembramos texto da Carta de Tiago, e podemos ver em que consiste a verdadeira religiosidade.

Deus é santo e exige santidade no nosso relacionamento com ele. É claro que aqui não alcançaremos a perfeição, mas devemos buscar isto, pois, o que Ele falou a Abraão, também se aplica a nós: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso: anda na minha presença e sê perfeito!” (Gn 17.1b). A nossa vida deve ser um culto antes mesmo de irmos oferecer o culto coletivo.

Para encerrar esta reflexão, gostaria de citar ainda o texto de Romanos 12.1-2, quando o Apóstolo Paulo diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

SE QUISERMOS QUE DEUS ACEITE O NOSSO CULTO, DEVEMOS NOS AFASTAR DO PECADO!

15.11.10

Idolatria e Estrelismo Gospel: Onde tudo começa


Alguém conversando com um irmão da igreja...

-Vou te falar a verdade, só gosto de ir à igreja quando sei que o culto vai ser bom. Porque se for o irmão "Joaquim" quem vai pregar, sinceramente... Ninguém merece... E se for a "Marcela" dirigindo o luvor... Misericórdia!!... Não aguento mais a voz dela, é tão desafinada, e os hinos que ela gosta de cantar... Sinceramente... São sempre os mesmos... -Me avisaram que o som da igreja quebrou... já imagino o louvor como vai ser ruim...

Alguém ao telefone, falando com uma irmã...
-Alô... -... - Para o Show do cantor "..."? Com certeza!!!! Quanto é a entrada? -... -O preço está um pouco salgado, mas vale a pena, eu vou com você sim. -... -Para o Aniversário da Igreja hoje? Não sei se vou... Não me falaram ainda quem vai estar lá... -... -É mesmo? O cantor "..." e a cantora "..."? Verdade? E quem é o Pregador? -... -Ai, eu amo as mensagens daquele Pastor famoso... Eu vou sim, me espera, que eu passo por aí! A Pazzz!


Será que estes diálogos são algo incomum? Com certeza não. Espantoso? Talvez... Mas esta é a realidade que permeia o meio evangélico hoje em dia. Muitas vezes até criticamos os cantores e pastores que estão em evidência, e os chamamos de soberbos e gananciosos, e realmente o são mesmo. Não quero generalizar, pois conheço cantores e pregadores que permanecem fiéis ao seu chamado e que não se deixaram contaminar pela ambição e pelo estrelismo; mas até poderíamos usar aqui um ditado popular que diz: "Já não se fazem mais cantores e pregadores como antigamente". Alguns cantores "se convertem" e passam a ser cantores "Gospel", só muda o slogan, mas continuam a cantar o que cantavam antes, vão em programas de TV cantar músicas que não têm nada de Evangélicas; continuam dançando como antes, ou ainda fazem coisa pior, e ainda alegam: "Isto é apenas um trabalho profissional"... Será que você nunca ouviu frases semelhantes a esta em alguma entrevista com alguns destes famosos gospel? Notamos que há uma banalização do que realmente é Servir a Deus, e do que é ser alguém separado para Deus. Hoje as pessoas tem buscado a promoção pessoal, e não a de Cristo. O Apóstolo Paulo certa vez disse: "Em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus." (Atos 20.24), hoje se diz: "A minha vida é muito preciosa, eu sou o máximo, tenho que usufruir do MEU sucesso, não posso estar hospedado em qualquer lugar, nem comer qualquer comida..." Precisamos ler ainda Fp 4.11 e em II Co 11.16-30, onde Paulo relata que aprendeu estar contente em qualquer situação, e narra tudo quanto se dispôs a suportar por amor de Cristo e das almas (vidas) dos irmãos aos quais ele conduziu a Cristo. Hoje as pessoas não querem mais sofrer, não conseguem mais se submeter a situações de precariedade com o propósito de fazer Cristo conhecido. O estrelismo Gospel chegou ao ponto de hoje vermos cantores super exigentes na hora de fechar um contrato para um "Show" (porque isto nem pode ser considerado um culto, e se for um culto, precisamos estabelecer a quem é tributado este culto), eles têm as mais esquisitas exigências, imitam o que fazem muitos cantores famosos que não são evangélicos. Exigem, além de um cachê altíssimo (falamos aqui de quantias absurdas) os tipos de fruta, marca de água mineral, hotel 5 estrelas, e por aí vai... Pastores que antes (pelo menos enquanto não se tornaram pastores de nome e renome) não se importavam se iriam dormir numa cama ou em um sofá apertado, se numa pousada simples ou na simples casa de uma irmã hospitaleira, que faria uma comidinha simples, porém, com muito amor... Não, Eles não se importavam com estes efêmeros detalhes, contanto que cumprissem o propósito da sua ida àquele lugar onde fora levar a Mensagem de Cristo, a qual receberam de graça; agora se dão ao luxo de exigir até mesmo as toalhas felpudas na cor escolhida, etc. Nada contra gozar de certo conforto, se a igreja que lhe convida voluntariamente lhe oferece, por ter condições financeiras disponíveis; o problema está justamente no abandono da humildade, a qual é esperada por parte de um "servo" de Deus ou de uma "serva" de Deus. Temos visto o estrelismo Gospel subindo à cabeça daqueles que estão estourando nas paradas do sucesso, cantores que antes faziam questão de gravar com gravadoras cristãs, hoje aceitam contratos com gravadoras seculares, que tem oferecido um melhor marketing, melhores vendas, mais dinheiro, mais IBOPE, etc. Cabe ainda aqui a observação acerca de donos de gravadoras que, mesmo sendo evangélicos, falharam com aqueles que contrataram o seu serviço, pelo que também prestarão contas a Deus. Mas a questão aqui é: Onde começa este problema? Quem afinal é o culpado? Lendo o diálogo que dá início a este Artigo percebemos claramente que a origem de tudo isso é o próprio coração do homem, o qual é, por natureza inclinado ao pecado, tendencioso à soberba, ao orgulho, ao egocentrismo, à auto-suficiência, ou, como diria o autor de um Blog que visitei "ao umbigocentrismo". O (a) cantor (a) ou pregador (a), sutilmente, no seu íntimo, busca aprovação externa, ele simplesmente não se satisfaz apenas em saber que Deus está lhe vendo, lhe observando e lhe sondando, e se agradando ou não do seu louvor ou da sua pregação; ele (ela) faz questão de buscar esta aprovação dos outros, daí, busca os elogios, aceita a criação dos fã-clubes, a camisa tirada e girada no ar freneticamente, enfim, o extravasamento da idolatria e das glórias humanas. É quando surge, se consciente ou inconsciente mente eu não sei, aquela filosofia: "O produto mais caro é o mais valorizado".Todos nós bem sabemos que muitas pessoas fazem o que podem e até o que não podem somente para ter um tênis de marca, o mais caro, porém há muitos tênis bem mais baratos e que são bem mais duráveis que aqueles pelo qual pagaram "o olho da cara". Isto é apenas ao resultado da lavagem cerebral que a propaganda faz em nós, ou pelo menos naqueles que se deixam levar por elas. É triste reconhecer isto, mas aquilo que era pra ser encardo como um Ministério santo (separado para Deus) hoje é tido como mera mercadoria. As pessoas gastam muito dinheiro para sustentar o luxo das estrelas do mundo Gospel, mas pouco se tem investido na Obra Missionária. Este é um dos fatores que tem causado a decadência no meio evangélico.
Eu, particularmente, não pago para ir a "Shows Evangélicos", principalmente daqueles que sei que praticam esse tipo de coisa. Há casos de exigências das "Estrelas Gospel"que quando eu soube fiquei estarrecida. Não citarei nomes aqui por questão de ética, mas cada um sabe o que tem feito e como tem encarado o Ministério da Palavra e do Louvor.
O problema do estrelismo Gospel, além de estar na
os próprios cantores e pregadores que têm ido após o lucro, também está nos próprios irmãos que idolatram a homens e não adoram a Deus. Que criam fã-clubes de cantores e de Pastores, vão aos seus Shows ou Congressos, onde gritam, pulam, ficam loucos diante de uma banda Gospel ou mesmo diante de um grande pregador; mas no culto nos seus templos, não têm coragem sequer de abrir a boca para dar um "Glória a Deus!" ou mesmo para participar do louvor cantado, e na pior hipótese, nem sequer têm forças para ficar de pé, ou de permanecer de pá durante o período de louvor. Isto não é incoerente? Por que para uma Banda, ou para um cantor, eu tenho condições de pagar caro, ficar em pé até mesmo durante todo o "Show", aplaudindo e "berrando" e em um culto na minha igreja não sou capaz de cultuar a Deus? Esta é a maior prova de que não tenho cultuado a Deus, pois, quando vivemos uma vida de Culto a Deus, não será sacrifício participar ativamente do culto no templo ou mesmo no lar daquele irmão bem simples, já que ali está havendo genuinamente a continuidade do nosso culto contínuo, que é o culto com a nossa própria vida. Será que o culto só é bom quando é recheado de estrelas Gospel da música ou da Pregação? Será que as pessoas já pararam para pensar em qual é o culto que é realmente aceitável diante de Deus? Não estou dizendo que a sua igreja não possa mais convidar um cantor ou pregador que tenha uma vida exemplar; sou contra o Pragmatismo exacerbado e irracional, onde se busca trazer "aquela estrela da música ou da Pregação Gospel" a todo custo, mesmo que seja um preço absurdo, fomentando ainda mais a idolatria no meio do prórpio "povo de Deus". Pensemos nisso!
Que Deus abençoe o seu remanescente! Que Deus encontre em mim e em você pessoas que buscam ser exemplo dos fiéis, pessoas que sejam referencial para os que nos rodeiam, e para aqueles que chegam em nossas igrejas esperando encontrar em pecadores perdoados e justificados, verdadeiros adoradores do Deus vivo, pessoas que brilhem, mas com aquele brilho humilde, aquele brilho do qual Jesus falou quando disse que devemos brilhar de tal forma, que levemos os outros a, olhando para nós, glorifiicarem a Deus por meio das nossas obras, que devem ser, segundo diz Tiago, resultado de uma Fé viva. Se as nossas obras não direcionam a glória para Deus, então há algum problema com a fé que origina estas obras. Se é uma fé morta, será inoperante, e tudo aquilo que for produzido por ela não conduzirá a glória para o Pai Celestial. (Mateus 5.16; Tiago 2. 14-17)
Deus tenha misericórdia de nós!

7.10.10

Seja um referencial a partir do exemplo de Cristo

Textos básicos:
"Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo." (I Co 11.1)

"Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza." (I Tm 4.12)

No primeiro texto encontramos o Apóstolo Paulo exortando aos crentes de Corinto a que fossem exemplo dele como ele o era de Cristo. Paulo compreendia que normalmente elegemos pessoas como referenciais, como modelo, às quais buscamos imitar em toda a nossa maneira de ser, seja no modo de andar, falar, agir, enfim, em todas as áreas das nossas vidas, até mesmo na nossa forma de ver o mundo e suas ideias; e, a partir desta compreensão ele ensinou aos irmãos coríntios que procurassem o melhor exemplo para seguir. Nos versículos anteriores podemos perceber o contexo em que se deu esta admoestação; aqueles irmãos estavam vacilantes quanto à vida cristã, a qual, agora que já nasceram de novo, deveria em tudo glorificar ao Pai celestial, porém, eles estavam dando importância a conselhos e convites à práticas que em nada agradavam a Deus. Paulo os advertiu a que procurassem em tudo parecer com Cristo, assim como ele mesmo procurava fazer. Trazendo este princípio para o nosso tempo, percebemos que ele se aplica perfeitamente à nossa realidade, mesmo depois de passados tantos anos.

Podemos constatar a situação em que se encontram os jovens e adolescentes desta nossa geração; desnorteados, em busca de um "referencial". A Sociologia aponta o porquê desta tão grande necessidade que o Ser Humano tem de ter alguém em quem se espelhar; explicando que, na verdade, a real necessidade é a de se auto- afirmar como ser social, a partir desta auto-afirmação, inconscientemente ele vai estabelecendo a sua personalidade, a qual será o resultado da sua personalidade, felizmente ou infelizmente (depende de quais foram as suas referências). E é nesta busca, que muitos acabam encontrando falsos padrões para nortearem seus passos. Vemos aí a idolatria por astros da música e do cinema, destaco mais ainda os da música. É claro que temos cantores cujas músicas são sadias, mas hoje em dia isto é coisa rara. A maioria delas fazem apologia ao sexo ilícito, à infidelidade conjugal, ao uso de drogas, à violência, enfim, são as ofertas dos"ídolos" desta nova geração que, sutilmente vão degenerando a personalidade dos seus fãs, alguns indo por este caminho definham até o mais profundo abismo, chegando a não encontrar mais razão para a sua existência. O que quero dizer com estas palavras é que é urgente a necessidade que estes jovens e adolescentes tem de encontrarem outros jovens e adolescentes que sejam exemplos fiéis de Cristo, que venham a influenciá-los positivamente. Jovens e adolescentes cujo modelo é Cristo, assim como Jesus foi modelo para Paulo, o qual, consequentemente tornou-se exemplo para tantos outros.

A igreja de Cristo deve procurar preparo para receber estes jovens e adolescentes que chegam na igreja totalmente desnorteados, com fome de Deus, mas com seus pensamentos tão confusos. Eles precisam encontrar dentro da Igreja um referencial, não apenas no seu Pastor, mas, principalmente naqueles que são da sua mesma faixa etária.
Ainda me lembro com alegria dos meus primeiros anos servindo ao Senhor. Cheguei na igreja, fui muito bem acolhida e pude, para a glória de Deus encontrar jovens e adolescentes comprometidos com Deus; pessoas da minha idade cujo maior desejo era o de agradá-lo. Vivi tempos muito edificantes com eles. Eram jovens que valorizavam o ato de congregar, de estar juntos na casa do Senhor, vivendo a comunhão uns com os outros; jovens que, ao chegar na igreja a primeira coisa que procuravam era orar juntos e buscar a face do Senhor, antes mesmo do ajuntamento para a liturgia do culto. Jovens que tinham o prazer de evangelizar e de, num feriado, retirar-se para vigílias e retiros espirituais, não retiros de "turismo", mas retiros espirituais. Eram jovens que buscavam o revestimento do poder do Espítiro Santo para as suas vidas (ou, "Batismo com o Espírito Santo", os dons, como prefiram chamar), eram jovens que buscavam com zelo os dons espirituais, como nos exortou Paulo (ICo 14.1), jovens que buscavam viver de forma coerente com a fé que professavam. Pois não adianta falarmos em línguas todo o tempo ou termos outros dons, se a nossa vida não fizer jus ao nome de cristãos (que significa "parecidos com Cristo") que levamos conosco por onde passarmos. Não falo desta época como forma de saudosismo, mas como um grito de alerta: Nós cristãos estamos deixando pouco a pouco o primeiro amor, as primeiras obras, a forma de vida cristã que agrada a Deus. Estamos nos esquecendo que o nosso testemunho diante daqueles que nos cercam fala mais alto que as nossas palavras. O verdadeiro avivamento ocorre quando há em nós uma profunda consciência de pecado, arrependimento, Fé e mudança de vida e este deve começar em nós; mas muitas vezes temos colocado a culpa da falta de avivamento nos outros. Se sabemos que este referencial está se perdendo, devemos ser os primeiros a corrermos atrás do prejuízo. Nós mesmos é que estamos perdendo com este abandono do primeiro amor, não é Deus; pois Ele continua sendo o mesmo Deus, mesmo que não o busquemos. Mas uma coisa é certa: Ele tem muito mais a nos dar, falo em termos espirituais, o banquete está preparado, e nós estamos ao lado da mesa, com as mãos para trás e com a boca e o coração fechados, sem buscá-lo, e é por isso que temos tido tão pouco a oferecer aos outros e até a nós mesmos.

Falando a Timóteo (I Tm 4.12), Paulo encoraja-0 a ser um jovem-exemplo, um jovem no qual outros possam encontrar o exemplo de Cristo, um jovem que seja modelo dos outros fiéis.
Faço agora algumas perguntas que primeiro vem para mim e só depois para os outros:
Quando um novo convertido começa a conviver com a igreja, que impressão ele tem ao olhar para o meu viver? Que referencial eu tenho sido para os mais novos na fé? De que maneira eu tenho marcado a sua vida? Tenho percebido que determinada atitude que tomei foi indigna de um servo de Cristo que deve ser exemplo dos fiéis? Tenho olhado para os jovens e adolescentes lá no meu trabalho ou na minha escola da mesma maneira que Jesus olhou para a multidão e se compadeceu delas (Mt 9.36)?
Pense nisso!

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