Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja do Senhor (Mt 16.18b). Isto implica dizer que a Igreja do Senhor deve sempre avançar, e ainda que sempre haverá resistência por parte do reino das trevas contra o seu avanço. O inimigo de nossas almas se utilizará de todas as oportunidades que puder, para fazer com que a igreja esteja estagnada, apática, doente e improdutiva.
A narrativa de Neemias no livro que leva o seu próprio nome nos traz uma visão bem detalhada de uma batalha travada por ele e pelo seu povo, o povo de Deus; o qual tinha voltado do cativeiro babilônico e o remanescente que escapou do exílio. Um estudo minucioso desta passagem bíblica nos proporciona um melhor conhecimento e preparo para vencer batalhas no campo espiritual, assim como Neemias venceu.
Neemias estava servindo ao rei como copeiro, na Pérsia, quando recebeu notícias de Jerusalém. Ele ficou sabendo que, apesar da alegria pelo fato de Esdras ter reedificado o Templo; após tantos anos passados após o período do cativeiro, nada mais havia sido feito. Muitos judeus preferiram continuar na Babilônia, já que lá havia toda uma estrutura de centro comercial. Mas o remanescente que havia escapado do exílio e aqueles que voltaram a Jerusalém, estavam vivendo em total miséria, no meio das ruínas do que antes era Jerusalém, cujos muros agora fendidos e suas portas todas queimadas, resultado do ataque dos Caldeus quando os atacaram e os levaram ao cativeiro babilônico (II Reis 24. 18-20; 25. 1-30).
Na narração mosaica acerca da trajetória do povo de Deus, e ainda nos livros das Crônicas, lemos que o povo, e muitos dos seus reis, passavam por momentos de inconstância e de esmorecimento, nos quais murmuravam contra Deus, iam após os deuses das nações pagãs, davam muitas vezes a glória devida ao Únco Deus "com D maiúsculo" a deuses feitos pelas suas próprias mãos; e ainda colocavam a culpa de todo o seu sofrimento em Deus, quando na verdade eles mesmos eram os causadores de tudo aquilo que lhes sobrevinha. Mas, lemos também que, sempre que o povo se voltava arrependido para Deus, e clamava pelo seu perdão e pela restauração, o Senhor atendia ao seu clamor e agia em seu favor (II Cr 14. 1- 13). Na época de Neemias não foi diferente. O povo que murmurou contra Deus, durante o cativeiro foi tratado, e lá puderam enxergar que eles mesmos, segundo a Palavra que o Senhor ja havia falado, eram os culpados pelo próprio sofrimento, e arrependeu-se (Ne 1. 8-11).
Como os cristãos de hoje podem agir como Neemias e permanecer firmes diante das oposições do reino das trevas?
1- Agindo como Neemias vislumbrando as ruínas (1.3; 2.13-15)- Ao saber da triste notícia, Neemias até que poderia ter reagido com indiferença, pois ele próprio estava bem, estava muito bem acomodado no palácio, afinal ele estava confortável e de nada tinha falta. Mas Neemias vislumbrou a situação caótica do seu povo; ele vislumbrou as ruínas de Jerusalém. E diz a Palavra do Senhor que ele se entristeceu e chorou, e esteve orando e jejuando em favor do seu povo, pedindo a Deus a oportunidade de intervir naquela situação. Tomando como exemplo os habitantes da cidade de Palmares-PE, podemos observar duas atitudes nas pessoas que sabem da situação deles após a devastação causada pela enchente que houve recentemente: Alguns ouvem e ficam indiferentes "Ah, não é comigo, eu estou muito bem..." Outros, ao saber disso, estão sentindo a dor deles e se mobilizando para socorrê-los. Desta mesma maneira Neemias reagiu; ele não se conformou enquanto não pôde fazer algo para resolver aquele problema, que não era somente do seu povo, mas era o seu problema, afinal, ele também fazia parte daquele povo. Muitas vezes nós, tems sido indiferentes para com a situação da nossa própria alma. O pecado passou, causou uma devastação, deixou tudo em ruínas; os muros estão derribados, as portas estão queimadas; pecados não confessados, perdão que não foi liberado, não houve uma retratação da nossa parte para com alguém; feridas que estão abertas e infeccionadas dentro de nós. E nós simplesmente estamos indiferentes. Não conseguimos lamentar pela nossa própria situação diante de Deus; já não oramos mais, não lemos mais a sua Santa Palavra, a nossa vida de comunhão com Ele está apagada. Devemos reagir assim como Neemias, que vislumbrou a situação, que não se conformou em apenas ouvir, mas foi constrangido a intervir.
2- Agindo como Neemias evidenciando arrependimento (1. 5-10)- O povo que antes murmurara contra Deus, agora reconhecia o seu erro e clamava pela misericórdia de Deus; renovando com Ele a alinça de temer somente o Seu Santo Nome. É necessário que cada um de nós que nos consideramos cristãos cheguemo-nos a Deus com o coração quebrantado e venhamos reconhecer o nosso pecado até então não confessado; e Ele, que sonda e conhece o nosso coração, sabendo se há sinceridade, virá e nos perdoará e reafirmará a sua comunhão conosco. Em Apocalipse 3.20, o Senhor Jesus fala algo que muitos tem utilizado para evangelizar; porém, o Senhor ali se dirige ao povo que se chama pelo seu nome, que se diz cristão, e diz: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, eu entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo." O Senhor fala do seu próprio povo que tem desprezado a vida de comunhão com ele. Pregando sobre este assunto na Igreja, falei que a situação do povo de Deus é como se tivesse diante de nós uma enorme mesa, um verdadeiro banquete, e nós diante dela, somente olhando e com uma mordaça na boca, sem comer nada. Assim o Senhor já nos deu toda a sorte de bênçãos espirituais, as quais estão bem diante de nós, à nossa disposição; mas nós as temos ignorado, e estamos preferindo viver uma vida cristã raquítica e infrutífera, e estamos sendo vistos pelo mundo muitas vezes como pessoas tristes, cabisbaixas, sem razão para viver, sem prazer na vida. E definitivamente não foi para vivermos dessa forma que ele nos salvou; devemos estar diante do mundo transbordando do gozo da presença dele em nós, espargindo luz para todos os lados, chamando a atenção das pessoas para nós, de tal forma que venham desejar ter também a vida abundante que temos somente em Cristo; do contrário vão estar afirmando que de maneira alguma querem passar a ser crente porque crente é triste. O banquete está diante de nós, basta apenas que tomemos posse dele, deixando todo o embaraço do pecado, voltando à Palavra e à oração; mantendo de novo uma vida de constante comunhão com o Pai Celestial.
3- Agindo como Neemias tendo disposição para edificar (2.17-18; 4.6)- Neemias se dispunha a edificar, o povo foi voluntário e logo se prontificou a edificar com ele. Falta em nós a disposição de nos esforçarmos para que o quadro seja mudado. A salvação é obra exclusiva do Espírito Santo de Deus, porém, a santificação depende também de nós. O Senhor diz: "Sêde santos porque eu sou Santo." Diz também: "Buscai a Paz e a santificação[...]" e "Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós." Se não houver em nós essa disposição, estamos fadados a continuar vivendo uma vida cristã superficial, sem experimentarmos o que é na verdade uma vida abundante, o que é viver em profunda comunhão com Deus. Estamos diante do banquete sem comermos dele.
4- Agindo como Neemias enfrentando a oposição do inimigo (4.1-3; 6-8)- A partir do momento que os inimigos (Sambalate, Tobias e Gesem) souberam que Neemias, com o aval do rei Artaxerxes, planejava reedificar os muros que estavam fendidos com a ajuda do povo, ficaram irados e passaram a planejar o mal contra eles. É evidente que nós também sofremos os levantes do reino das trevas quando decidimos servir ao Senhor piamente, com zelo e fidelidade. O inimigo não fica nada satisfeito; afinal, o seu único intuito é matar, roubar e destruir. Alguém me disse que após ter professado a sua fé em Jesus Cristo as lutas aumentaram em sua vida. Eu, sem hesitar lhe respondi: Tenho uma notícia para você, isto é bíblico, a Bíblia nos diz que todo aquele que quiser servir a Deus plenamente padecerá mais perseguições." (II Tm 3.12). Mas o Senhor Jesus nos consola dizendo que Bem-aventurados somos nós quando nos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo mal contra nós, devemos nos alegrar e exultarmos, porque grande é o nosso galardão nos céus (Mt 5. 10-12). O texto nos diz no versículo sete que quando os inimigos viram que o povo estava progredindo na construção e que as brechas do muro já estavam sendo fechadas, ficaram sobremodo irados e planejaram um ataque. Percebemos aí que no aspecto espiritual também ocorre assim. Muitas vezes, por falta de oração e vigilância, temos dado brechas em nossas vidas para que o inimigo aja, ou particularmente em nós, ou pior, atingindo todo o Corpo (a Igreja). Gosto sempre de dar este exemplo quando falo de brechas: Numa pedreira, eles trabalham explodindo rochas e basta apenas que encontrem uma pequenina fissura na pedra e ali colocam dinamite, ao acionarem a explosão, grande é o estrago caudsado. Assim mesmo é conosco; às vezes achamos que algo não é suficiente para que o inimigo venha a cirandar na nossa vida, mas nos enganamos; pois a Palavra nos diz que um abismo chama outro abismo. Por isso devemos estar atentos aos ataques sutis do inimigo; pois ele é astuto e sagaz. A Bíblia nos alerta quanto aos seus dardos inflamados (Ef 6.16); por isso a nossa vigilância deve estar redobrada, em oração e leitura da Palavra, mantendo a nossa fé inabalável, para assim fechar todas as brechas, até mesmo naquela área na nossa vida, na qual temos mais dificuldade em vencermos. Voltando ao texto de Neemias, Deus fez com que chegasse aos ouvidos de Neemias as preparações dos inimigos da Obra (4. 11-12). Assim também o Senhor, nosso Deus nos alerta quanto às ações do Diabo através do Apóstolo Pedro: "Sede sóbrios e vigiai, porque o Diabo, o vosso adversário vive em vosso derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar." (I Pe 5.8). Fechemos as brechas, e assim dificultaremos o agir do inimigo.
5- Agindo como Neemias reagindo ao desânimo (4. 10)- Diante da grandiosidade da obra de edificação e da quantidade de escombros que tomava conta de toda a cidade, o povo já começava a desanimar. Quantas vezes não somos tentados a parar no meio do caminho. Pensamos que não vamos conseguir, que está muito difícil vencer aquela área específica na nossa vida contra a qual temo lutado todo o dia o dia todo? E muitas vezes queremos parar, queremos desistir. Mas nestes momentos devemos recordar as palavras de jesus que diz em Apocalipse: "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida." Não podemos parar de avançar. O salvo foi chamado para marchar avante, e não para recuar. O Senhor dos Exércitos está conosco, não vamos sozinhos, Ele passa no meio do fogo conosco para nos dar vitória. Levantemo-nos com ousadia do Espírito Santo para combater o bom combate até o fim, pois digno é o Cordeiro do sacrifício (como diziam os Moravianos).
6- Agindo como Neemias tomando atitudes de defesa- Ao perceber o plano do inimigo, Neemias encorajou o povo, lembrando a eles que o Senhor é quem pelejaria por eles e que deviam colocar a su confiança em Deus (4.9 e 20). Organizou uma estratégia de defesa; e todos eles, enquanto faziam a obra empunhavam armas, e todos os outros foram colocados para vigiar em lugares estratégicos, devidamente armados (4. 13; 4.17). Sabendo do perigo que o pecado nos oferece, de prejudicar a nossa comunhão com Deus, de entristecer o Seu Espírito Santo, devemos estar vigilantes, assim como se posicionou o povo que estava com Neemias. Devemos, portanto, vigiar e orar.
O Senhor Deus, sabendo das dificuldades que enfrentaríamos em relação ao pecado e aos ataques do reino das trevas contra o seu Povo, fez com que o Apóstolo Paulo escrevesse aos Efésios acerca da melhor armadura, da melhor estratégia de defesa e ataque frente às oposições do reino das trevas (Efésios 6. 10- 18): "Cingindo os lombos com a verdade; vestindo a couraça da Justiça; calçados os pés na preparação do Evangelho da Paz; o Escudo da Fé; o Capacete da Salvação e a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos."
O Senhor Deus, sabendo das dificuldades que enfrentaríamos em relação ao pecado e aos ataques do reino das trevas contra o seu Povo, fez com que o Apóstolo Paulo escrevesse aos Efésios acerca da melhor armadura, da melhor estratégia de defesa e ataque frente às oposições do reino das trevas (Efésios 6. 10- 18): "Cingindo os lombos com a verdade; vestindo a couraça da Justiça; calçados os pés na preparação do Evangelho da Paz; o Escudo da Fé; o Capacete da Salvação e a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos."
Que nós venhamos a agir como Neemias, não sendo indiferentes, mas enxergando a verdade, (aquilo que Deus vê em nós que mas não está lhe agradando e que tem deixado o nosso coração em ruínas); que sejamos cheios da unção de Deus, arrependendo-nos dos nossos pecados juntamente com o povo (às vezes precisamos pedir perdão a Deus coletivamente, como por exemplo, a famíla toda, ou a igreja toda).
Que estejamos dispostos a edificar-nos a nós mesmos e ainda àqueles que nos rodeiam; que possamos ser sábios para enfrentarmos as oposições do inimigo; vencendo o desânimo e tomando atitudes de defesa, através da oração e da Leitura da Bíblia.
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