7.10.13

A história da Hermenêutica- uma visão panorâmica

Por Ana Chagas



No decorrer dos séculos, desde que Deus revelou as Escrituras, tem havido diversos métodos de estudar a Palavra de Deus. Os intérpretes mais ortodoxos têm valorizado a importância de uma interpretação literal. Outros têm empregado um método alegórico, e ainda outros têm examinado letras e palavras tomadas individualmente como possuindo significado secreto que precisa ser decifrado.
Uma visão histórica dessas práticas nos capacita a vencermos a tentação de crer que o nosso sistema de interpretação é o único que já existiu. Um entendimento dos pressupostos de outros métodos proporciona uma perspectiva mais equilibrada e uma capacidade para um diálogo mais significativo com os que crêem de modo diferente.
Pela observação dos erros já cometidos por outros durante todo este período, podemos conscientizar-nos mais dos possíveis perigos quando somos tentados de maneira semelhante; e vemos também que muitos dos grandes cristãos, como Orígenes, Agostinho e Lutero entenderam e receitaram princípios hermenêuticos melhores do que os que eles mesmos praticaram.


EXEGESE JUDAICA ANTIGA
Um estudo da história da interpretação bíblica começa, em geral com a obra de Esdras (Ne 8.8) “Leram no Livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia.”
Os escribas que vieram a seguir tiveram grande cuidado em copiar as Escrituras, crendo que cada letra do texto era a Palavra de Deus inspirada.
No tempo de Cristo, a exegese judaica podia classificar-se em quatro tipos principais: literal, midrástica, pesher, e alegórica.
O método literal de interpretação, referido como peshat, evidentemente servia de base para outros tipos de interpretações. A interpretação midrástica incluía uma variedade de dispositivos hermenêuticos que se haviam desenvolvido de maneira considerável no tempo de Cristo e continuaram a desenvolver-se ainda por diversos séculos. O Rabi Hillel, cuja vida antecede a ascensão do cristianismo por uma geração ou tanto, é considerado como o elaborador das normas básicas da exegese rabínica que acentuava a comparação de ideias, palavras ou frases encontradas em mais de um texto, a relação de princípios gerais com situações particulares, e a importância do contexto na interpretação. Contudo, teve continuidade a tendência no sentido de uma exposição mais fantasiosa em vez da conservadora. Isto resultou numa exegese que dava significado a textos, frases e palavras sem levar em conta o contexto no qual se tencionava fossem aplicados; combinava textos que continham palavras ou frases semelhantes, sem considerar se tais textos referiam-se à mesma ideia; e tomava aspectos incidentais de gramática e lhes dava significação interpretativa. A interpretação pesher existia particularmente entre as comunidades de Qunran. Esta forma emprestou extensivamente das práticas midrásticas, mas incluía um significativo enfoque escatológico. A comunidade acreditava que tudo quanto os antigos profetas escreveram tinha significado profético velado que devia ser iminentemente cumprido por intermédio de sua comunidade do pacto. A exegese alegórica baseava-se na ideia de que o verdadeiro sentido jaz sob o significado literal da Escritura. Historicamente, o alegorismo foi desenvolvido pelos gregos para reduzir a tensão entre sua tradição de mito religioso e sua herança filosófica. Filão, (judeu c. 20 a.C. – c. 50 d.C.) acreditava que o significado literal da Escritura representava um nível imaturo de compreensão; o significado alegórico era para os maduros. Devia-se usar a interpretação alegórica em dez casos específicos, dentre os quais, os critérios 3 e 10 são indicações válidas de que o autor tencionava que seu escrito fosse entendido como alegoria.


O USO DO ANTIGO TESTAMENTO PELO NOVO
Aproximadamente 10% do Novo Testamento constitui-se de citações diretas, de paráfrases do Antigo Testamento ou de alusões a ele. Dos trinta e nove livros do AT, apenas nove não são expressamente mencionados no Novo. Como consequência, um significativo corpo de literatura exemplifica os métodos interpretativos de Jesus e dos escritores do Novo Testamento.


O USO QUE JESUS FAZ DO ANTIGO TESTAMENTO
A partir de um exame do uso que Jesus fazia do AT, podemos chegar a algumas conclusões: 1) Ele foi uniforme no tratar as narrativas históricas como registros fiéis do fato; 2) Quando Jesus fazia aplicação do registro histórico, ele o extraía do significado normal do texto, contrário ao sentido alegórico; não demonstrou tendência alguma para dividir a verdade escriturística em níveis – um nível superficial baseado no significado literal do texto e uma variedade mais profunda baseada em algum nível místico; 3) Ele denunciou o modo como os dirigentes religiosos haviam desenvolvido métodos causísticos que punham à parte a própria Palavra de Deus que eles alegavam estar interpretando, e no lugar delas colocavam suas próprias tradições; 4) os escribas e fariseus, por mais que quisessem acusar a Cristo de erro, nunca o acusaram de usar qualquer Escritura de modo antinatural ou ilegítimo; 5) quando Jesus, vez por outra, usou um texto de um modo que nos parece antinatural, geralmente se tratava de legítima expressão idiomática hebraica ou aramaica, ou padrão de pensamento que não se traduz diretamente para a nossa cultura e nosso tempo. O uso que o Novo Testamento faz do Antigo, os quais provavelmente suscitam a máxima questão com referência à sua legitimidade hermenêutica, são as passagens de cumprimento.


O USO QUE OS APÓSTOLOS FIZERAM DO ANTIGO TESTAMENTO
Os apóstolos acompanharam seu Senhor, e consideraram o AT como a Palavra de Deus inspirada (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Em cinquenta e seis casos, pelo menos, há referência explícita a Deus como o autor do texto bíblico. À semelhança de Cristo, eles aceitaram a exatidão histórica do AT(At 7.9-50; 13.16-22; Hb 11). A elevada estima com a qual os escritores do NT consideraram o AT sugere fortemente que não teriam, de um modo consciente ou intencional, interpretado mal as palavras que acreditavam ter sido proferidas pelo próprio Deus. Embora tendo dito isso, geralmente surgem diversas perguntas a respeito do uso que fizeram do Antigo Testamento os escritores do Novo; como: 1) Ao citar o AT, com freqüência o Novo modifica o fraseado primitivo. Como se pode justificar hermeneuticamente tal prática? Após análise, verifica-se que o fato de que os escritores neotestamentários às vezes parafrasearam ou citaram indiretamente o AT não indica, de forma alguma, que usaram métodos interpretativos ilegítimos. E 2) O Novo Testamento parece usar partes do AT de modo antinatural. Como se justifica hermeneuticamente esta prática? Acerca desta segunda questão, verifica-se que estes poucos exemplos podem ser resolvidos à medida que entendemos mais plenamente os métodos interpretativos dos tempos bíblicos. Assim, o próprio NT lança a base para o método histórico-gramatical da moderna hermenêutica evangélica.


EXEGESE PATRÍSTICA
A despeito da prática apostólica, uma escola de interpretação alegórica dominou a igreja nos séculos que se sucederam. Esta alegorização derivou-se de um propósito digno – o desejo de entender o AT como documento cristão. Contudo, o método alegórico segundo praticado pelos Pais da igreja muitas vezes negligenciou por completo o entendimento de um texto e desenvolveu especulações que o próprio autor nunca teria reconhecido. Uma vez abandonado o sentido que o autor tinha em mente, conforme expresso por suas próprias palavras e sintaxe, não permaneceu nenhum princípio regulador que governasse a exegese. Clemente de Alexandria (c. 150 – c. 215) acreditava que as Escrituras ocultavam seu verdadeiro significado a fim de que fôssemos inquiridores, e também porque não é bom que todos a entendam. Ele desenvolveu a teoria de que cinco sentidos estão ligados à Escritura (histórico, doutrinal, profético, filosófico, e místico), com as mais profundas riquezas disponíveis apenas aos que entendem os sentidos mais profundos. Orígenes (185? – 254?) foi o notável sucessor de Clemente. Ele cria ser a Escritura uma vasta alegoria na qual cada detalhe é simbólico, e dava grande importância a 1 Co 2.6-7. Ele acreditava que assim como o homem se constitui de três partes – corpo, alma e espírito – da mesma forma a Escritura possui três sentidos; o corpo é o sentido literal, a alma o sentido moral, e o espírito é o sentido alegórico ou místico. Todavia, na prática, Orígenes menosprezou o sentido literal, raramente se referiu ao sentido moral, e empregou constantemente a alegoria, uma vez que só ela produzia o verdadeiro conhecimento. Agostinho (354 – 430) foi, de longe o maior homem de sua época. Em seu livro sobre a doutrina cristã ele estabeleceu diversas regras para exposição da Escritura, algumas das quais estão em uso até hoje. Na prática, porém, Agostinho renunciou à maioria de seus princípios e inclinou-se para uma alegorização excessiva. Ele cria que a Escritura tinha um sentido quádruplo – histórico, etiológico, analógico e alegórico. Esta opinião predominou na Idade Média. Na teoria ele sistematizou muitos princípios de exegese sadia, mas na prática, deixou de aplicar esses princípios em seu estudo bíblico.


A ESCOLA DE ANTIOQUIA DA SÍRIA
Um grupo de eruditos em Antioquia da Síria tentou evitar o “letrismo” dos judeus e o alegorismo dos alexandrinos. Defendiam que o maior zelo o princípio da interpretação histórico-gramatical, isto é, que um texto deve ser interpretado segundo as regras da gramática e dos fatos da história. Evitavam a exegese dogmática, asseverando que uma interpretação deve ser justificada por um estudo de seu contexto gramático e histórico, e não por um apelo à autoridade. Criticavam os alegoristas por lançarem dúvida na historicidade de muita coisa do Antigo Testamento.


EXEGESE MEDIEVAL (600 - 1500)
Pouca erudição teve origem na Idade Média; a maior parte dos estudantes da Bíblia devotava-se a estudar e compilar as obras dos Pais primitivos. A interpretação foi amarrada pela tradição, e o que se destaca era o método alegórico. O sentido quádruplo da Escritura engendrado por Agostinho era a norma para a interpretação bíblica (a letra mostra-nos o que Deus e nossos pais fizeram; a alegoria mostra-nos onde está oculta a nossa fé; o significado moral dá-nos as regras da vida diária e a anagogia mostra-nos onde terminamos nossa luta). Embora predominasse este método, outros métodos estavam sendo desenvolvidos, e os cabalistas na Europa e na Palestina continuaram na tradição do primitivo misticismo judaico. Entre alguns grupos, porém, estava em voga um método de interpretação mais científico. Os judeus espanhóis dos séculos XII e XV incentivaram o retorno ao método de interpretação histórico-gramatical. Nos séculos XIV e XV predominava profunda ignorância no que concerne ao conteúdo da Escritura; alguns doutores de teologia nunca haviam lido a Bíblia toda. A Renascença chamou a atenção para a necessidade de conhecer as línguas originais a fim de entender-se a Bíblia. Erasmo facilitou este estudo ao publicar a primeira edição de crítica ao NT grego, e Reuchlin com sua tradução de uma gramática e léxico hebraicos. Foi se estabelecendo então, que a Escritura tem apenas um único sentido. Lutero (1483 – 1546) acreditava que a fé e a iluminação do Espírito eram requisitos indispensáveis ao intérprete da Bíblia; que a Bíblia devia ser vista com olhos inteiramente distintos daqueles com os quais vemos outras produções literárias. Lutero sustentava que a Igreja não deveria determinar o que as Escrituras ensinam; pelo contrário, as Escrituras é que deveriam determinar o que a Igreja ensina. Chamou o método alegórico de interpretação da Escritura de “sujeira”, “escória” e de “um monte de trapos obsoletos”. Ele acreditava que a Bíblia é um livro claro (a perspicuidade da Escritura), contrariamente ao dogma católico romano de que as Escrituras são tão obscuras que somente a igreja pode revelar seu verdadeiro significado. Quer concordemos, quer não,  com todas as designações de Lutero, seu princípio cristológico o capacitou a demonstrar a unidade da Escritura sem apelação para a interpretação mística do texto do AT. Ele acreditava que o reconhecimento e a manutenção cuidadosa da distinção entre Lei-Evangelho eram decisivos ao entendimento adequado da Bíblia. Melanchton, companheiro de Lutero em questões de exegese, continuou a aplicação dos princípios hermenêuticos de Lutero em suas exposições do texto bíblico, sustentando e aumentando o impulso da obra de Lutero. Calvino (1509 – 1564), o maior exegeta da Reforma, concordava, em geral, com os princípios articulados por Lutero. Sua sentença favorita era “A Escritura interpreta a Escritura”. Ele declarou certa vez: “a primeira tarefa de um intérprete é deixar que o autor diga o que ele de fato diz, em vez de atribuir-lhe o que pensa que ele vai dizer”. Calvino, provavelmente superou a Lutero em harmonizar suas práticas exegéticas com sua teoria. Os princípios hermenêuticos sistematizados por estes dois reformadores tornaram-se os grandes princípios norteadores para a moderna interpretação protestante ortodoxa.


EXEGESE PÓS-REFORMA (1550 – 1800)
Confessionalismo- O Concílio de Trento reuniu-se em várias ocasiões de 1545 a 1563 e elaborou uma lista de decretos expondo os dogmas da igreja católica romana e criticando o protestantismo. Os protestantes reagiram com o desenvolvimento de credos que definiam sua posição. Os métodos hermenêuticos durante este período freqüente eram deficientes porque a exegese se tornou uma criada da dogmática, e muitas vezes degenerou-se em mera escolha de texto para comprovação.

Pietismo- Surgiu como reação à exegese dogmática e muitas vezes amarga do período confessional. Philip Jakob Spener (1635 – 1705) é considerado o líder do reavivamento pietista. Ele pedia em um de seus folhetos o fim da controvérsia inútil, o retorno ao interesse cristão mútuo e às boas obras; melhor conhecimento da Bíblia por parte dos cristãos, e melhor preparo espiritual para os ministros. Muitos pietistas mais recentes descartaram a base de interpretação histórico-gramatical, e passaram a depender de uma “luz interior” ou de “uma unção do Santo”.

Racionalismo- Posição filosófica que aceita a razão como a única autoridade que determina as opções ou curso de ação de alguém, este modo de pensar viria causar profundo efeito sobre a teologia e a hermenêutica.

Durante o período que se seguiu à Reforma, o uso magisterial da razão começou a emergir mais plenamente como nunca antes. Surgiu o empirismo, crença de que o único conhecimento válido que podemos possuir é o obtido através dos cinco sentidos, e aliou-se ao racionalismo.



HERMENÊUTICA MODERNA (1800 ATÉ O PRESENTE)
Liberalismo- o racionalismo filosófico lançou a base do liberalismo teológico. Ao passo que nos séculos anteriores a revelação havia determinado o que a razão devia pensar, no final do século XIX a razão determinava que partes da revelação (se houvesse alguma) deviam ser aceitas como verdadeiras; o foco agora era a sua autoria humana. O escritor Schleimacher foi além, negando totalmente o caráter sobrenatural da Inspiração. Para muitos destes escritores a inspiração agora referia-se à capacidade da Bíblia (produzida humanamente) de inspirar experiência religiosa. Os racionalistas alegavam que tudo que não estivesse conforme a “mentalidade instruída” devia ser rejeitado. Isto incluía doutrinas como a depravação humana, o inferno, o nascimento virginal, e com freqüência, até a expiação vicária de Cristo. Os milagres e outros exemplos de intervenção divina eram regularmente explicados de forma satisfatória como exemplos de pensamento pré-crítico. Era freqüente a mudança do próprio foco interpretativo: a pergunta já não era “Que é que Deus diz no texto?” e sim “Que é que o texto me diz a respeito do desenvolvimento da consciência religiosa deste primitivo culto hebraico?”.

Neo-ortodoxia- é um fenômeno do século XX, e ocupa, em alguns aspectos, uma posição intermediária entre os pontos de vista liberal e ortodoxo. Rompe com a opinião liberal de que a Escritura é tão-só produto do aprofundamento da consciência religiosa do homem, mas detém-se antes de chagar à perspectiva ortodoxa da revelação. Sustentam que Deus não se revela em palavras, mas apenas por sua presença e que, quando alguém lê as palavras da Escritura e reage com fé à presença divina, ocorre a revelação. A infalibilidade ou inerrância não têm lugar no vocabulário neo-ortodoxo. As histórias bíblicas da interação entre o sobrenatural e o natural são vistas como mitos – não no mesmo sentido dos mitos pagãos, mas no sentido de que não ensinam história real. Os “mitos” bíblicos (como a criação, a queda e a ressurreição) visam a apresentar verdades teológicas na forma de incidentes históricos.

A “Nova hermenêutica”- Uma criação européia a partir da Segunda Guerra Mundial. Emergiu basicamente da obra de Bultmann e foi levada adiante por Ernst Fuchs e Gerhard Ebeling. A linguagem, dizem eles, não é realidade, mas apenas uma interpretação pessoal da realidade. Para eles, a hermenêutica é uma investigação da função hermenêutica da fala como tal, e assim tem um raio de ação muito mais amplo e mais profundo.

A Hermenêutica no Cristianismo Ortodoxo- Durante os últimos 200 anos continuou a haver intérpretes que criam que a Escritura representa a revelação que Deus faz de si próprio – de suas palavras e de suas ações – à humanidade. A tarefa do intérprete, no entender deste grupo,tem sido procurar compreender mais plenamente o significado intencional do primitivo autor. Empreenderam-se estudos da história, da cultura, da língua e da compreensão teológica que cercam os primitivos beneficiários, a fim de que se entenda o que a revelação bíblica significava para esses beneficiários.


O que podemos concluir ao analisarmos todo este processo que ocorreu em relação à interpretação das Escrituras Sagradas? O que acontece todas as vezes que alguém interpreta as Escrituras sem o uso legítimo da Hermenêutica?

Devemos ter cuidado ao aplicar o nosso “achismo” ao lermos a Bíblia, pois ela É o que É: A Revelação Especial de Deus, por meio da qual Deus desvenda aos olhos do homem, de maneira progressiva, o seu plano redentivo para o homem. A razão jamais poderá assumir supremacia sobre aquilo que já foi revelado por Deus em Sua Palavra. Não podemos partir de pressupostos aleatórios, criados pela nossa imaginação ou experiência espiritual pessoal, mas devemos buscar o norte nas regras básicas da Hermenêutica.
Alguns têm trazido à existência diversos erros teológicos, e até fundado seitas e “igrejas” a partir de textos que tomaram de forma isolada e interpretaram a seu bel-prazer. Há também aqueles que usam versículos bíblicos isolados e mal interpretados para embasar sua vida de prática deliberada de pecado diante de Deus. Outros sofrem por pensar que perderam a salvação por voltarem a pecar mesmo depois de regenerado, por interpretar mal certos versículos das Escrituras. É necessário que cada obreiro, que cada crente busque utilizar a hermenêutica constantemente em seus estudos da Palavra de Deus, e não apenas em período em que se encontra no seminário, mas que isto seja uma prática comum no meio dos cristãos; para que possam estar aptos a instruir de forma correta, para que possam ajudar um irmão que está sofrendo algo desta natureza, ou mesmo abrir os olhos aos que estão sendo tentados à apostasia, ou a serem levados por ventos de doutrinas anti bíblicas.
Ao tentar trazer a linguagem da Bíblia o mais próximo possível à nossa compreensão, muitos acabaram criando uma paráfrase da mesma, e não uma interpretação fiel. Esta busca de aproximar as verdades bíblicas do nosso contexto atual deve ser feita com total fidelidade, em santo temor, sem contemplar as nossas próprias visões doutrinárias, mas o que verdadeiramente o autor disse e o que verdadeiramente Deus disse; e para vencermos os diversos abismos que surgem na busca da compreensão da mensagem bíblica, como o abismo histórico, o abismo cultural, a diferença linguística e a lacuna filosófica é imprescindível que recorramos ao uso da hermenêutica.
Não podemos nos esquecer de que a Bíblia não é um livro comum, e de que, por se tratar da transmissão da mensagem divina, requer fidelidade na sua interpretação e exposição.
O Senhor procura servos fiéis, despenseiros fiéis, embaixadores fiéis, arautos fiéis, que dão o alimento correto às Suas ovelhas; às quais Ele arrebanha ao longo de toda a história da humanidade. E fazendo assim, ao chegarem à sua presença, certamente ouvirão dele o bem-vindo: “Servo bom e fiel, entra no descanso do teu Senhor!”

Fonte bibliográfica:

VIRKLER, Henry. Hermenêutica Avançada. São Paulo. Editora Vida.2007.

27.9.13

A moda do entretenimento toma conta de muitas igrejas. Cuidado!

Por Ana Chagas



“Chegará um dia em que no lugar dos pastores alimentando as ovelhas haverá palhaços entretendo os bodes." C. H. Spurgeon

Temos vivido estes dias, infelizmente. Esta é uma afirmação que fazemos, não com indiferença, mas com grande pesar. 
Podemos lembrar aqui daquilo que o Senhor falou por meio do Profeta Ezequiel (cap.34) acerca do problema de maus e falsos líderes; que é real época após época, e agora, com muito mais força. Dizemos isto, baseados também nas palavras do Apóstolo Paulo a Timóteo.

VEJAMOS ESTES TRECHOS DAS ESCRITURAS:

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou; E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2 Timóteo 3:1-17)  

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências.” (2 Timóteo 4:3)

“E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?

Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.

As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.

Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam.

As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse.

Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor:

Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas;

Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor:

Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto.

Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei.

Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os lugares por onde andam espalhadas, no dia nublado e de escuridão.

E tirá-las-ei dos povos, e as congregarei dos países, e as trarei à sua própria terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto aos rios, e em todas as habitações da terra.

Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de Israel será o seu aprisco; ali se deitarão num bom redil, e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel.

Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor DEUS.

A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo.

E quanto a vós, ó ovelhas minhas, assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes.

Acaso não vos basta pastar os bons pastos, senão que pisais o resto de vossos pastos aos vossos pés? E não vos basta beber as águas claras, senão que sujais o resto com os vossos pés?

E quanto às minhas ovelhas elas pastarão o que haveis pisado com os vossos pés, e beberão o que haveis sujado com os vossos pés.

Por isso o Senhor DEUS assim lhes diz: Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre a ovelha gorda e a ovelha magra.

Porquanto com o lado e com o ombro dais empurrões, e com os vossos chifres escorneais todas as fracas, até que as espalhais para fora.

Portanto livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas.

E suscitarei sobre elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor.

E eu, o Senhor, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o Senhor, o disse.

E farei com elas uma aliança de paz, e acabarei com as feras da terra, e habitarão em segurança no deserto, e dormirão nos bosques.

E delas e dos lugares ao redor do meu outeiro, farei uma bênção; e farei descer a chuva a seu tempo; chuvas de bênção serão.

E as árvores do campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão seguras na sua terra; e saberão que eu sou o Senhor, quando eu quebrar as ataduras do seu jugo e as livrar da mão dos que se serviam delas.

E não servirão mais de rapina aos gentios, as feras da terra nunca mais as devorarão; e habitarão seguramente, e ninguém haverá que as espante.

E lhes levantarei uma plantação de renome, e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais levarão sobre si o opróbrio dos gentios.

Saberão, porém, que eu, o SENHOR seu Deus, estou com elas, e que elas são o meu povo, a casa de Israel, diz o Senhor DEUS.

Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor DEUS.(Ezequiel 34:1-31).

O que podemos concluir a partir do que acabamos de ler nas Escrituras Sagradas?

Esta crise teológica que vivenciamos em nossos dias gera a escassez da genuína Palavra de Deus nos púlpitos. Muitos “ministros” só querem dar ao povo o que o povo quer, porém, Jesus mesmo disse: "Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus." (Mateus 22:29). Quem não conhece o verdadeiro, não consegue por si só escolher o verdadeiro. É por isso que eu discordo em parte com aqueles que dizem que a culpa disso tudo está apenas na multidão, que só busca esse tipo de pregação; pois, se as pessoas estão indo a estas igrejas em busca desse tipo de mensagem, é porque alguém começou a oferecer esse tipo de mensagem. Quando o líder oferecer o alimento adequado às suas ovelhas, elas ansiarão cada vez mais pelo puro leite, e em seguida, pelo alimento sólido, quando adquirirem maturidade espiritual para isso. Porém, quando um líder decide que, para abarrotar sua igreja de pessoas precisa ser "Maria vai com as outras" e entrar na onda do antropocentrismo, massageando o EGO daqueles que na verdade precisam é de arrependimento, perdão, regeneração, salvação e santificação; este líder está trazendo culpa sobre si, é o que o Senhor diz em Ezequiel 34. Você pode ler mais sobre o pastor e o alimento que ele dá às ovelhas no Artigo Comentário Bíblico- João 10.1-18, e ainda no Artigo Uma oração de clamor a Deus por todos os cristãos, que escrevi há algum tempo aqui.
Dou graças a Deus porque esse tipo de pensamento contrário às Escrituras. não tomou a mente de todos os pregadores e Líderes, e me alegro em saber que ainda há o remanescente, aqueles que não negociam a sua unção pelo preço barato da popularidade e do sucesso com as multidões; como já comentei também no Artigo Deuteronômio 28. 1-2 X A Teologia da Prosperidade- Afinal, o que determina a bênção de Deus sobre nós?

No âmbito individual, podemos entender que todo aquele que busca quaisquer coisas às quais atribuem valor acima do que deveria ter O Senhor Deus em suas vidas, não agrada a Deus, mas o seu próprio ventre tornou-se o seu deus, por isso, o mesmo Deus que julgará pastores infiéis no ministério da pregação, também julgará ovelhas que amaram este pasto adulterado e não buscaram ler as Escrituras onde está revelada toda a verdade. Sim, porque não basta balançarmos a cabeça quando ouvimos as pregações, temos que ter um comportamento semelhante aos cristãos de Bereia que comparavam as pregações de Paulo com as Escrituras: "Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram, de fato, assim" (Atos 17:11).

Às vezes nos tornamos acomodados e não confrontamos o que ouvimos com o que Deus de fato disse em sua Palavra, por isso estas "unções" têm ganhado tanto espaço, bem como as pregações voltadas exclusivamente para a auto-ajuda, a prosperidade e o sucesso. 

Despertemos todos, pastores, líderes e ovelhas!
 

28.8.13

Seja como o sapo surdo

Por Ana Chagas


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Ao ler o primeiro comentário postado pela jornalista Micheline Borges acerca das médicas cubanas que estão no Brasil, pensei: “O que se esperar de pessoas que estão acostumadas a rotular, ou ainda a determinar quem pode ou não pode exercer determinada profissão?”


Felizmente, pude constatar depois, que ela pediu perdão publicamente pelas suas tristes palavras. Porém, não poderia deixar de compartilhar algumas reflexões que fervilharam em minha mente ao observar esta situação.



 Eu, particularmente, dou graças a Deus porque tenho a alegria de ver, em nosso País, pessoas negras, ou pessoas que vem de uma realidade de extrema pobreza, ou ainda, pessoas que, mesmo tendo "cara de empregadas", estão se destacando, se formando em direito, passando de primeira na prova da OAB; se tornando médicas, tendo sucesso financeiramente, conquistando espaço, enfim. 


Este comentário preconceituoso, no meu ponto de vista, deve nos servir de estímulo para os brasileiros colocarem em suas cabeças que não devem aceitar os rótulos que pessoas ou que a própria sociedade impõe sobre eles. 




Gostaria de deixar aqui uma palavra a todos aqueles que já foram rotulados alguma vez na vida: 

Vocês não são incapazes, embora muitas vezes sintam-se impotentes diante da desigualdade e injustiça social. Vocês não são formigas, como as do filme da "Formiguinha Z", que já nascem com todos ao redor determinando o que ela vai ser, se operário, se soldado, se general, etc. , apenas pela aparência física de cada uma. Vocês não vivem em uma cultura de castas, onde ninguém tem chance de crescer ou de prosperar, exceto os que nasceram "bem", segundo aquela cultura. Vivemos em um País onde podemos, ainda que com dificuldade, vislumbrar um objetivo e lutar por ele com garra, sem parar para dar ouvidos a rotuladores. Há um texto interessante que li que dizia que um grupo de sapos seguia rumo ao seu objetivo, porém, um a um iam ficando pra trás quando paravam para ouvir o que diziam os que estavam ao longo do caminho. Mas havia aquele sapinho persistente que seguia firme, ignorando as palavras de desânimo que ouviam. Alguns observavam de longe a persistência daquele sapinho. Até que ele alcançou o seu alvo. Quando eles foram averiguar qual era a razão de ele ter conseguido chegar sem ter se deixado desanimar como todos os outros, descobriram que o fator que o levou a vencer todos os obstáculos era bem simples: ele era surdo.
Mas eu vou ainda mais além. Além da necessidade de não aceitarmos rótulos preconceituosos sobre nós baseados em nossa aparência exterior; devemos nos lembrar de que Deus não nos julga pela aparência, mas ele conhece quem de fato nós somos. Quando sonhamos para nós os mesmos planos que o Senhor tem para nós, então, meu amigo, não há quem possa impedir que estes venham se cumprir. Não é uma pessoa que vai chegar e nos rotular e impedir que prossigamos e que realizemos os nossos sonhos e que venhamos até mesmo a surpreender aos outros e a nós mesmos, sendo e realizando coisas que nem imaginávamos alcançar. E isto que digo aqui não é em defesa de uma teologia de prosperidade distorcida que muitos têm pregado por aí, mas é a teologia da prosperidade bíblica, a qual Deus distribui como quer e a quem quer; principalmente entre os que o temem, porém, não podemos esquecer que as bênçãos espirituais advindas da Nova Aliança inaugurada por Cristo sobrepujam as demais bênçãos materiais e, portanto, passageiras.
O que estas médicas cubanas têm a ver com o que estou falando aqui? Talvez nenhum de nós tenha parado para pensar na realidade de vida de cada uma daquelas mulheres. Alguém aí parou para pensar nisso?
Por que trazer médicos justamente de Cuba? Não sei responder. O que posso dizer é que aqui há muitos médicos aptos para trabalhar, e que, por “enes” motivos não foram contratados. Com certeza há muita coisa errada no governo brasileiro, principalmente em relação à saúde e educação; fatos contra os quais, nós, como Igreja, devemos sempre assumir uma postura de protesto contra a injustiça e a corrupção, chamando sempre pecado de pecado.
Sem dúvida, fatos como este, mesmo que envolvendo pessoas de outro País, acabam nos levando a refletir acerca de quem somos e da maneira como olhamos para as pessoas; como as julgamos; do que aparentamos ser, do que as pessoas pensam de nós, e, principalmente, do que Deus pensa a nosso respeito; sim, porque este último fator é o mais importante de todos.

Deixemos de lado o preconceito e os rótulos. Prossigamos, há um alvo a ser atingido!
Sejamos como aquele sapo surdo!

Logo abaixo você confere o texto A corrida dos sapos à qual me referi acima:


A corrida de sapos


Era uma vez uma corrida de sapos...
O objetivo era atingir o alto de uma grande torre. Havia no local uma multidão assistindo. Muita gente para vibrar e torcer por eles. Começou a competição. Mas como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem alcançar o alto daquela torre, o que mais se ouvia era:

"Que pena !! esses sapinhos não vão conseguir... ...não vão conseguir..."

E os sapinhos começaram a desistir.

Mas havia um que persistia e continuava a subida

em busca do topo...

A multidão continuava gritando :

"... que pena !! vocês não vão conseguir !..."



E os sapinhos estavam mesmo desistindo, um por um...

menos aquele sapinho que continuava tranqüilo...

embora cada vez mais arfante.

Já ao final da competição, todos desistiram, menos ele...

A curiosidade tomou conta de todos.

Queriam saber o que tinha acontecido...

E assim, quando foram perguntar ao sapinho

como ele havia conseguido concluir a prova,

aí sim conseguiram descobrir...

que ele era surdo !

Não permita que pessoas com o péssimo hábito de serem negativas, derrubem as melhores e mais sábias esperanças de nosso coração !

(autor desconhecido)